Investing.com - A União Europeia (UE) proibirá a maioria das importações de petróleo russo a partir de 5 de dezembro, mas os europeus continuam comprando carregamentos desse combustível meses antes do início do inverno, em meio a uma crise de energia.
Espera-se que o embargo contra Moscou reduza as importações de petróleo russo para a UE em cerca de 90%. A proibição atual cobre carga transportada por navio, mas não petróleo transportada por gasoduto.
Assim, a Europa teria importado cerca de 1 milhão de barris por dia durante a semana que terminou em 2 de setembro, que é um recorde de quatro semanas. Este valor também é superior aos 890.000 barris importados há um mês, embora seja significativamente inferior ao pico de 1,28 milhão de barris por dia alcançado em junho após a invasão.
No geral, o total de embarques marítimos de petróleo russo atingiu 3,32 milhões de barris por dia na semana encerrada em 2 de setembro, um aumento de 13% em relação à semana anterior.
A Europa permaneceria fortemente dependente da energia russa por enquanto. Em 2021, a Europa teria absorvido cerca de metade dos produtos petrolíferos da Rússia e três quartos de seu gás natural, de acordo com a US Energy Information Administration.
O embargo de petróleo da Europa também ocorre em um momento difícil para o mercado de energia, que já enfrentava uma escassez de oferta antes mesmo da invasão da Ucrânia pela Rússia no início deste ano.
"Os mercados de petróleo estão apertados e continuarão assim por algum tempo. Do lado da oferta, é um fato bem conhecido que a OPEP não pode produzir os volumes declarados, simplesmente porque sua capacidade está se esgotando", disse Ben van Beurden, CEO da gigante de energia Shell (AS:SHEL).
Soma-se a isso a redução dos níveis de produção anunciada pela OPEP para evitar que os preços do petróleo caiam. A entidade diz estar pronta para fazer o que for necessário para manter os preços elevados.
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