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Fundo de US$10 bi para integração sul-americana deve priorizar terceiros países, diz Tebet

Publicado 12.12.2023, 17:25
Atualizado 12.12.2023, 17:30
© Reuters. Carregamento de soja
17/02/2020
REUTERS/Jorge Adorno
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Por Marcela Ayres

BRASÍLIA (Reuters) - O fundo de 10 bilhões de dólares que será criado com recursos de bancos de fomento e destinado a obras de infraestrutura voltadas à integração sul-americana será majoritariamente voltado ao financiamento de países vizinhos do Brasil, disse nesta terça-feira a ministra do Planejamento, Simone Tebet, após o governo ter anunciado o projeto na semana passada.

A ministra pontuou que já há financiamento previsto do governo federal para essas obras, que integram a carteira de 9,2 mil obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ainda assim, dentro do novo projeto, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinará 3 bilhões de dólares adicionais ao financiamento de projetos apresentados por Estados e municípios brasileiros para se conectarem à rede.

Enquanto isso, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) disponibilizará 3,4 bilhões de dólares a obras de países da região, sendo acompanhado na investida pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), com 3 bilhões de dólares, e pelo Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), com outros 600 milhões de dólares.

"Queremos depois que outros bancos entrem, como Banco Mundial e banco dos BRICs (Novo Banco de Desenvolvimento)", disse Tebet a jornalistas.

A governança do fundo ainda está sendo estruturada e será debatida em reunião das instituições em janeiro.

Segundo a ministra, o trabalho surgiu a partir do mapeamento feito pelo governo federal junto aos 11 Estados brasileiros que têm fronteiras com países vizinhos, que resultou na identificação de 124 empreendimentos dentro do país em cinco rotas de integração com a região, que têm potencial de ficarem prontas até 2027.

© Reuters. Carregamento de soja
17/02/2020
REUTERS/Jorge Adorno

O objetivo principal da consolidação das rotas é estimular o comércio na região e diminuir o tempo de transporte de mercadorias para a Ásia.

"O Brasil está muito acostumado pelo Atlântico a olhar os Estados litorâneos que visavam a Europa. Agora com este mercado aberto da Ásia se comprova por números e quilometragem que o caminho mais fácil a percorrer é pelo Pacífico," disse ela, estimando que, uma vez concluídas as rotas, a economia no tempo de transporte para a Ásia poderá chegar a 20 dias.

Embora o potencial seja grande, ainda não há por ora estimativa do quanto a corrente de comércio do Brasil poderá crescer a partir da iniciativa, disse a ministra.

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