Investing.com – Os futuros de petróleo caíram nesta segunda-feira e atingiram o nível mais baixo em quase três meses, uma vez que os medos recentes de uma saída conturbado da Grécia da zona do euro diminuíram a demanda por ativos atrelados ao crescimento.
Na ICE Futures Exchange de Londres, o petróleo Brent com vencimento em agosto atingiu uma baixa da sessão de US$ 58,28 por barril, um nível não visto desde 10 de abril, antes de ser negociado a US$ 58,72 nas negociações norte-americanas da manhã, uma queda de US$ 1,60, ou 2,66%.
Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o petróleo bruto com vencimento em agosto perdeu US$ 1,27, ou 2,29%, sendo negociado em US$ 54,25 por barril, antes de tocar uma baixa diária de US$ 53,93, um nível não visto desde 14 de abril.
Enquanto isso, o spread entre os contratos de petróleo Brent e WTI ficou em US$ 4,47 por barril, em comparação com US$ 3,39 no fechamento das negociações de quinta-feira.
Os últimos relatórios da Grécia indicaram que aproximadamente 62% daqueles que votaram no plebiscito tinham apoiado o governo e rejeitado as condições do resgate. O resultado do plebiscito grego foi somado às dúvidas sobre o futuro do país na zona do euro e aumentou o impasse com os seus credores.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, recebeu com prazer o resultado da votação e disse que Atenas estava voltando às negociações de resgate com o objetivo expresso de reabrir os bancos, que foram fechados por mais de uma semana após a instituição de controles de capital.
Sem o financiamento de emergência do Banco Central Europeu, os bancos da Grécia vão enfrentar uma crise de liquidez nos próximos dias. O BCE deve discutir a possibilidade de manter o financiamento de emergência para os bancos gregos em seu atual nível restrito na tarde desta segunda-feira.
Em um movimento surpresa, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, renunciou nesta segunda-feira, apesar dos resultados do plebiscito. Em um comunicado, Varoufakis disse que sua decisão foi motivada em parte por "alguns participantes europeus" que expressaram um desejo de que quaisquer futuras negociações acabassem.
Sua substituição deve ser nomeada após uma reunião de líderes políticos gregos nesta tarde.
A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, devem se reunir em Paris nesta segunda-feira à tarde, ao passo que os líderes da zona do euro devem realizar uma conferência na terça-feira para discutir o resultado do plebiscito grego.
Autoridades europeias indicaram que só vão continuar a financiar a Grécia em troca de profundas reformas econômicas.
O índice do dólar, que avalia a força do dólar norte-americano em comparação com a cesta das seis principais moedas, subiu 0,35% para uma alta de um mês de 96,71, impulsionado por um euro mais fraco.
Um dólar mais forte torna as commodities norte-americanas mais caras para os importadores detentores de moedas como o iene e o euro.
O euro caiu 0,75%, para 1,1031 nesta segunda-feira, ao passo que as bolsas europeias despencaram e os rendimentos dos títulos italianos, espanhóis e portugueses caíram em meio a maiores temores com uma saída conturbada da Grécia zona do euro.
Os futuros do petróleo despencaram na semana passada após a Baker Hughes (NYSE: BHI) ter informado que a quantidade de plataformas de perfuração de petróleo aumentou em 12 para 640 na semana passada, saindo das 29 semanas seguidas de queda.
O relatório foi divulgado após dados terem mostrado na quarta-feira um aumento inesperado nas reservas de petróleo dos EUA na semana anterior, atrás do aumento da produção.
Os investidores também estavam aguardando as negociações nucleares entre o Ocidente e o Irã, que poderia injetar milhões de barris de petróleo bruto no mercado mundial que já apresenta excesso de oferta.
A produção mundial de petróleo está superando a demanda após um crescimento na produção de óleo de xisto dos EUA e após a decisão da OPEP no ano passado de não cortar a produção.