SÃO PAULO (Reuters) - O preço da gasolina vendida pela Petrobras (SA:PETR4) nas refinarias será elevado a partir de sábado para perto de 2 reais por litro, atingindo tal patamar pela primeira vez, dentro da nova sistemática de formação de valores, iniciada em julho do ano passado pela estatal.
A alta será de 2,23 por cento, e o derivado do petróleo passará a ser comercializado por 1,9330 real por litro.
Com o reajuste, a Petrobras busca seguir as oscilações no mercado internacional de petróleo, que atingiram os maiores valores em mais de três anos, de modo a manter alguma paridade ante o exterior.
Nos últimos dias, os preços do petróleo passaram a avançar com força após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a saída do país de um acordo nuclear com Irã e ameaçar sanções sobre a nação asiática, um grande produtor e exportador da commodity.
Atualmente, as cotações do petróleo também estão sustentadas pela demanda robusta e por cortes de oferta liderados pelo cartel Opep.
O repasse ou não dos reajustes feitos pela Petrobras, contudo, depende da estratégia das distribuidoras e revendedoras. Em campanhas publicitárias, a petroleira tem frisado que seu preço responde por um terço do valor final nas bombas, o qual acaba acrescido de impostos e tributos.
Um valor mais alto da gasolina no Brasil, embora desagrade consumidores, tem um efeito positivo para a indústria de etanol, combustível concorrente do derivado de petróleo.
Em abril, as unidades do centro-sul do Brasil produziram quase 70 por cento mais etanol, com vendas 10 por cento superiores na comparação anual, segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).
Em relação ao diesel, a Petrobras reduzirá os preços nas refinarias a partir de sábado, em 0,89 por cento, para 2,2162 reais por litro.
Desde julho, as cotações de gasolina e diesel praticadas pela Petrobras acumulam altas de cerca de 40 por cento.
(Por José Roberto Gomes)