(Reuters) - A crise de segurança energética desde a invasão da Ucrânia pela Rússia não deveria levar a uma dependência mais profunda de combustíveis fósseis, defendeu o chefe Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), Fatih Birol, nesta segunda-feira.
Os investimentos certos, especialmente em energia renovável e energia nuclear, significam que o mundo não precisa escolher entre escassez de energia e mudanças climáticas aceleradas devido às emissões de combustíveis fósseis, disse Birol no Fórum Econômico Mundial (WEF).
"Precisamos de combustíveis fósseis no curto prazo, mas não vamos bloquear nosso futuro usando a situação atual como desculpa para justificar alguns dos investimentos que estão sendo feitos. Não funciona em termos de tempo, e nem moralmente, na minha opinião", disse Birol aos delegados em Davos, na Suíça.
A IEA, um dos principais órgãos de fiscalização da energia, alertou os investidores no ano passado para não financiar novos projetos de fornecimento de petróleo, gás e carvão se o mundo quiser atingir zero emissões líquidas até meados do século.
A demanda de curto prazo significa que o mundo não pode se livrar imediatamente do fornecimento tradicional de energia, disse Birol, acrescentando que espera que os países produtores com capacidade de exportar mais energia deem uma "contribuição positiva".
A aliança de exportadores de petróleo Opep+ vem liberando petróleo de forma incremental nos mercados, com Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, os principais produtores, adiando aproveitar a capacidade total.
(Por Noah Browning)