ONS vê alta nos reservatórios de hidrelétricas; governo limita operação de Furnas

Publicado 29.11.2024, 11:39
Atualizado 29.11.2024, 15:50
© Reuters. Turbina de hidrelétrican26/02/2001

Por Letícia Fucuchima e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO E RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os principais reservatórios para armazenamento de usinas hidrelétricas do país, localizados no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, deverão chegar ao final de dezembro com 48,7% da capacidade, estimou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) nesta sexta-feira.

A previsão do órgão consta em boletim que também aponta previsões de chuvas em reservatórios acima da média histórica apenas no Sul ao longo de dezembro, alcançando 136% da média. Para as demais regiões do país, a expectativa é de afluências ligeiramente abaixo da média no Sudeste/Centro-Oeste (95%), em 84% para o Norte e 60% no Nordeste.

Já a carga de energia elétrica no Brasil está estimada em 80.805 megawatts médios em dezembro, um aumento de 0,5% ante igual período de 2023.

As projeções foram divulgadas no mesmo dia em que se espera a definição da bandeira tarifária para dezembro. Atualmente, o país está com bandeira amarela, que implica em uma cobrança adicional na conta de luz.

A situação dos reservatórios começa a melhorar para o setor elétrico com a chegada do período úmido, após o Brasil ter enfrentado nos últimos meses a pior seca dos últimos 74 anos, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste iniciam um processo de recuperação, devendo fechar o mês mais de 6 pontos percentuais acima dos níveis atuais de 42,4%, se a projeção do ONS se confirmar.

Mesmo assim, o Ministério de Minas e Energia e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) vêm tomando medidas para garantir que esse processo ocorra se as chuvas não vierem.

Na próxima segunda-feira, entrarão em vigor duas resoluções com ajustes em regras operativas para reservatórios das hidrelétricas de Furnas e Mascarenhas de Moraes, no rio Grande, e de Emborcação e Itumbiara, no rio Paranaíba.

A ideia é ajustar as defluências máximas das usinas para ajudar na recuperação das represas para a geração de energia, além de garantir outras atividades nessas bacias, como turismo e piscicultura.

Segundo o Ministério de Minas e Energia, simulações do ONS indicam que, no início de dezembro, haverá restrições para os reservatórios de cabeceira dos rios Grande e Paranaíba.

As hidrelétricas Furnas e Emborcação deverão praticar, em dezembro, as defluências máximas médias mensais de 500m³/s e 140m³/s, respectivamente, o que corresponde a cerca de 35% e 14% de suas respectivas capacidades máximas de turbinamento.

ATENDIMENTO DE PONTA

As usinas hidrelétricas são cruciais para que o ONS consiga garantir o suprimento de energia elétrica aos consumidores nos horários de "ponta", principalmente no fim da tarde, quando um grande volume de geração solar sai do sistema ao mesmo tempo em que a carga de energia está elevada.

Fontes com conhecimento do assunto disseram que, na véspera, com as temperaturas elevadas, o órgão lidou para garantir abastecimento e fornecimento de ponta.

Há uma preocupação para os próximos meses devido à chegada do verão, quando a carga sobe em função do acionamento de mais aparelhos de ar condicionado, enquanto a geração eólica está em baixa sazonal.

"O ONS está fazendo todo o gerenciamento que é possível, mas precisamos de mais potência e isso só vem com leilão", disse uma fonte, que pediu para não ser identificada.

O Ministério de Minas e Energia vem prometendo a realização de um leilão para contratar mais potência para o setor elétrico, mas atrasou a publicação das regras e inviabilizou o certame ainda neste ano.

A expectativa agora é de que as regras finais, contemplando quais fontes de geração vão poder participar, sejam publicadas até o fim do ano, com o leilão ocorrendo em 2025.

(Por Letícia Fucuchima e Rodrigo Viga Gaier)

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