O contrato mais líquido do ouro fechou em alta na primeira sessão de 2023, que começa com a postura do Federal Reserve (Fed) continuando como o grande elemento que guia os preços do metal. Nesta terça, 3, houve impulso para os preços por conta da queda nos rendimentos dos Treasuries, que competem na busca por ativos seguros. O movimento ocorreu apesar do avanço do dólar ante rivais, que limitou os ganhos do ouro, cotado na moeda americana.
O ouro para fevereiro fechou em alta de 1,09%, em US$ 1846,1 a onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).
As perspectivas para a inflação e uma eventual recessão nos Estados Unidos são avaliadas, e a semana conta com a divulgação da ata da última reunião do Fed, amanhã, e do payroll de dezembro, na próxima sexta-feira.
"Olhando para 2023, estamos muito convencidos de que as perspectivas para a política monetária dos EUA permanecerão no comando dos mercados de ouro', aponta o Julius Baer. "Embora os riscos de recessão nos EUA tenham aumentado nos últimos meses, ainda acreditamos que a economia deve apresentar um crescimento modesto neste ano. Ao mesmo tempo, não vemos muita desvantagem para o dólar em relação aos níveis atuais, embora esperemos que o Fed comece a reduzir as taxas de juros no final de 2023, já que a inflação deve cair acentuadamente", afirma o banco suíço.
"Em suma, acreditamos que é improvável que a demanda de investimento por ouro aumente no próximo ano. Em vez disso, devemos testemunhar uma queda gradual da demanda por refúgios seguros, presumindo que não haja grandes soluços econômicos ou geopolíticos", avalia o Julius Baer.
Já o Commerzbank lembra que resta saber como a flexibilização das restrições pelo coronavírus na China afetará as importações de ouro em dezembro. "É certo que o aumento nos casos de Covid-19 pode desacelerar a atividade no curto prazo, mas há boas razões para esperar que a situação melhore ao longo do ano", diz o banco.