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Ouro ou Petróleo: Qual a melhor proteção contra a inflação?

Publicado 30.01.2022, 05:38
© Reuters
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Por Barani Krishnan

Investing.com - À medida que o primeiro mês de negociações do ano se aproxima do fim, é interessante observar como a reação do ouro em relação à inflação tem sido comparada com a do petróleo.

No que está se transformando no período mais desafiador da economia dos EUA desde a Grande Inflação de 1965 a 1982, o Federal Reserve está planejando de três a quatro (ou talvez mais, escolha o número que você preferir) aumentos dos juros este ano, com 25 pontos base por rodada (ou, se acreditarmos em Raphael Bostic, do Fed de Atlanta, de até mesmo 50 pb).

Com o Fed relativamente agressivo de hoje - a bem da verdade, não estamos nem perto do período de Paul Volcker nos anos 80, quando as taxas estavam em uma alta anestesiante de 20% - é compreensível que os especuladores queiram vender a baixa do ouro, que na teoria iria sofrer com taxas crescentes.

Mas também não vamos esquecer que a principal razão para a mudança da era da “Grande Facilidade” do Fed (juros virtualmente zero, com fonte de dinheiro infinita) é a alta da inflação a seu maior patamar em 40 anos (observe que estamos partindo do mesmo período de pressão de preços sufocante que Volcker encerrou).

Realmente, se é a inflação que estamos combatendo, o ouro não deveria estar à frente desta luta, pelo menos da perspectiva das commodities, dada a posição do metal precioso como proteção contra a inflação?

“Não!”, gritam os ursos do mercado, que parecem obstinados em forçar o ouro para os níveis inferiores da casa dos US$ 1.700, e US$ 1.600 se possível, citando os rendimentos do Tesouro dos EUA e o dólar que pode continuar em forte alta no meio tempo, enquanto o Fed tenta subjugar o monstro da inflação. 

Embora esse argumento se sustente em parte, a resistência do ouro enquanto reserva de valor ao longo do tempo não pode ser subestimada. 

Qualquer um que já tenha tentado comprar barras de ouro reais pode confirmar o prêmio considerável associado a elas, e como elas estão distantes das negociações de futuros na Comex de Nova York. Se isso não for respeito pelo valor do metal precioso, eu não sei o que é.

Diversas contra teorias proliferam, também por parte dos touros do ouro, sobre por que ele - e não o Fed - podem ganhar esse jogo (algumas delas em resposta a meu último artigo):

  • O Fed pode elevar as taxas somente duas vezes antes de fazer uma pausa para observar seu efeito (de forma interessante, o chefe do Fed de Mineápolis, Neal Kashkari, sugeriu um intervalo no ciclo de altas durante a primavera do hemisfério norte a fim de se determinar o progresso feito pelo banco central). O ouro provavelmente estará novamente em alta até maio, enquanto o Fed tentou se agarrar a seu outro mandato, de expandir a economia por meio de empregos, ainda que aumente os juros e tente reduzir seu balanço massivo. Não será uma guinada suave e os touros do ouro buscarão ganhar com os passos em falso do Fed e qualquer consequência econômica.
  • O Fed acabará lançando os EUA em uma recessão ser for muito agressivo no aperto, exatamente como foi acomodatício demais com a chamada flexibilização quantitativa (FQ). O tombo do dólar em uma recessão inflacionaria, por sua vez, o ouro.
  • A relação entre os rendimentos do Tesouro e o ouro é uma invenção de Wall Street para controlar os preços dos futuros do metal. Elas não apresentam uma boa correlação com os futuros na Comex, já que não é possível comprar ouro de verdade sem um prêmio pesado (o meu argumento mais acima). Embora a mídia siga insistindo que o ouro é um "ativo que não gera rendimentos", o verdadeiro investidor do ouro não se importa com rendimentos de mesmo 2%, quando a inflação cresce a escaldantes 5-7%.

Obviamente, a história entre o ouro e a inflação é completamente diferente da história entre o petróleo e a inflação. 

O ouro apresenta queda de 2% no ano, enquanto o petróleo tem alta de 15%. A escalada implacável do petróleo, na verdade, não é motivada pela inflação. Ela se deve à cena político entre Rússia/Ucrânia e à falsa classificação por parte da OPEP+ de um mercado subalimentado como “equilibrado”, garantindo que ele nunca alcance o equilíbrio, porque seu verdadeiro prumo pode significar um petróleo a US$ 60, não a US$ 90. 

Mas a proteção contra a inflação funciona como um apoio para os touros do mercado porque, em essência, todas as commodities, por apresentarem uma correlação inversa ao dólar, são uma proteção contra a inflação. Mas a verdade é que o petróleo é, possivelmente, o pior hedge para a inflação. Comprar ouro, por si, não contribui para a inflação. Mas com o petróleo, a história é diferente.

Sendo a commodity que literalmente alimenta e move o planeta, o petróleo é indispensável para a mobilidade do mundo. Ele é a commodity subjacente a quase toda atividade comercial. Preços de petróleo mais altos levam a preços mais altos de alimentos, gasolina, roupas e praticamente todos os itens essenciais. 

É desonesto dizer que comprar petróleo é uma proteção contra a inflação quando sua compra, na verdade, ajuda a fazer o preço desse petróleo subir. Chame apenas de oportunidade de lucro num mercado otimista.  Tudo bem. Mas não use a desculpa de que é uma proteção contra a inflação.

Preço do ouro e perspectivas técnicas

O contrato mais ativo do futuro do ouro na Comex de Nova York, para abril, fechou em queda de US$ 8,40, ou 0,5%, aos US$ 1.778,80 por onça. 

Nos dois pregões anteriores à sexta-feira, a referência de contrato futuro do ouro caiu quase US$ 60 no total. Isso entregou ao contrato uma perda semanal de mais de 2%, praticamente apagando os ganhos consecutivos das duas últimas semanas.

No início da semana, o contrato de um mês superou US$ 1.854 - seu nível mais alto desde novembro, e uma ruptura convincente da resistência de US$ 1.830-US$ 1.835.

A queda o levou para abaixo desse nível, tornando a escalada subida mais íngreme para o ouro.

Sunil Kumar Dixit, estrategista técnico chefe do skcharting.com, disse que a atividade de preços ao longo da semana mostrou que a próxima movimentação do ouro vai depender em grande parte da reação dos mercados ao patamar de US$ 1.780, quer ele seja um ponto de ancoragem ou de ruptura. 

“Pode haver uma reversão de curto prazo levando a uma nova de US$ 1.797 (nível de 50% de Fibonacci), US$ 1.811 (média exponencial móvel de 50 dias) e US$ 1.818 média diária da banda de Bollinger”, disse Dixit. 

“Mas uma ruptura e sustentação abaixo de US$ 1.780 irá estender o momento bearish, expondo US$ 1.768 (nível de 61,8% de Fibonacci) e US$ 1.735.”

Ele disse que a sequência inicial de alta acima de US$ 1.850 parecia uma vitória decisiva, mas isso mais tarde “se revelou uma piada escrita pelos ursos”.  

“Alimentado pelo anúncio agressivo do Fed de um aumento de juros em março, o colapso relâmpago do ouro assumiu diversos níveis de suporte desde então. O fim pode ainda não ter chegado”.

Atividade do mercado e dos preços do petróleo

Há poucas épocas melhores na história da negociação do petróleo para se ser um touro do mercado do que hoje.

Os preços da commodity registraram a sexta semana seguida de ganhos, com o Brent, referência global de preços, atingindo um novo pico de US$ 90 por barril. A última sequência foi alimentada mais uma vez pela cena política do conflito Rússia-Ucrânia, além da próxima reunião da OPEC+, a aliança de produtores de petróleo, que nunca deixa de proporcionar sua própria dose de drama para manter os preços do petróleo acesos.

“No fim das contas, tudo que vejo me diz que o petróleo pode subir muito mais”, disse Scott Shelton, corretor de futuros do petróleo na ICAP (LON:NXGN), em Durham, Carolina do Norte. “Os refinadores podem buscar barris a esse preço… as margens justificam”. Ele acrescentou considerar que “um preço estável mais baixo seria mais adequado a essa história”, sugerindo um excesso nos preços. 

O Brent alcançou o nível mais alto em oito anos, a US$ 90,25 por barril, antes de fechar com alta de US$ 0,69, ou 0,7%, a US$ 90,03. Na semana, teve aumento de 2,4%, enquanto o ganho acumulado das seis semanas foi de 22%. No ano em si, o Brent apresenta alta de 14%.

O petróleo WTI, referência do petróleo nos EUA, fechou em alta de US$ 0,21, ou 0,2%, US$ 86,82. Na semana, o WTI teve aumento de 2%, enquanto o ganho acumulado das seis semanas foi de 23%. Desde o início de 2020, ele subiu cerca de 15%.

As tensões entre Rússia e Ucrânia atingiram uma nova máxima depois que o acúmulo de tropas de Moscou próximo à Ucrânia passou a incluir fornecimento de sangue e outros materiais médicos que permitiriam tratar baixas. É mais uma indicação de que do preparo militar do Kremlin no conflito, disseram três oficiais dos EUA à Reuters.

Enquanto isso, a OPEC+ preparava sua reunião de 2 de fevereiro. Cada sessão da aliança global de petróleo hoje em dia tem sido uma oportunidade para falas de seus dirigentes forçando a alta do petróleo. Nas últimas semanas, a mídia especializada em energia foi saturada com notícias de que os exportadores de petróleo na aliança não conseguiram incrementar a produção devido às limitações de capacidade em função de subinvestimentos nos poços.

Perspectivas técnicas do petróleo 

Dixit, do skcharting, ressaltou que os preços do petróleo vem aumentando de maneira constante nas últimas seis semanas consecutivas, colocando-os num momento de uma possível reversão de queda, desencadeando uma correção de curto prazo.

“Entrando na próxima semana, um movimento sustentado para abaixo de US$ $87,30 no WTI irá iniciar um movimento lateralizado com viés de baixa com alvo a US$ 85,20. Caso isso não ocorra, o petróleo pode derrapar primeiro para US$ 82,90, depois para US$ 81,90 e, finalmente, US$ 81,30”, ele disse.

“Mas um movimento forte acima de US$ 87,30 pode prolongar o movimento de alta e retestar US$ 88,80, e alcançar US$ 89,90 e US$ 92 ao longo de um´período prolongado”.

Isenção de responsabilidade: Barani Krishnan não possui posição nas commodities e valores mobiliários sobre as quais escreve.

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