SÃO PAULO (Reuters) - O Paraná, que tem em 2024 a colheita de segunda safra de milho em ritmo mais acelerado da história, deverá terminar os trabalhos nos campos já no início de agosto, se o clima favorecer, avaliou nesta terça-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Estado.
"Nesta semana já superamos os 75% colhidos. A tendência, se o clima favorecer, é finalizar já no início de agosto. Algo incomum para a safra segunda de milho, mas normal para esta safra que foi plantada bastante cedo", comentou o especialista em milho do Deral, Edmar Gervásio.
Ele lembrou, contudo, que o total colhido na segunda safra do Paraná, o segundo produtor de milho do Brasil, ficará aquém do potencial pelo tempo seco e quente em praticamente todo o Estado, com maior impacto nas regiões oeste e noroeste.
A produção deve ficar um pouco abaixo de 13 milhões de toneladas, reiterou Gervásio.
Na estimativa de junho, o Deral já havia apontado a safra em 12,95 milhões de toneladas, um recuo de 9% na comparação com a colheita do ciclo anterior.
O órgão do governo vai atualizar os números na próxima quinta-feira.
Segundo o especialista, a retomada das chuvas neste mês ajudou pontualmente a evitar uma quebra ainda maior, "mas os maiores impactos já estavam consolidados".
Quanto ao trigo, a seca ao longo de junho deverá resultar em uma revisão no volume total do cereal do Estado, disse o agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho.
Ele lembrou que as chuvas da semana retrasada interromperam uma série de 40 dias de seca em alguns municípios, enquanto as condições climáticas na semana passada permitiram a conclusão do plantio no Estado.
"As condições estão relativamente estáveis desde as chuvas, nas lavouras que tinham condições de se recuperar. Mas na região norte a produtividade deve ser reavaliada para baixo, em função da seca prolongada ao longo de junho", disse Godinho.
Pela estimativa de junho, a safra de trigo do Paraná somaria 3,8 milhões de toneladas, alta de 5% na comparação com 2023, quando as produtividades foram mais baixas em função do clima adverso.
(Por Roberto Samora)