Investing.com – Ruídos geopolíticos, com receios de uma escalada de tensões no Oriente Médio, além de riscos de oferta, seguem no radar dos investidores quando o assunto é o mercado de petróleo. No entanto, haveria maior resiliência da commodity aos choques de oferta, que seria subestimada. Nesses períodos, o prêmio de risco é maior, mas de forma temporária, refletindo a incerteza sobre possíveis problemas no fornecimento na região, forte produtora global.
Na visão do Julius Baer, a percepção de maior dependência pode ter ficado “ultrapassada”, pois este mercado teria se tornado mais resiliente frente a choques de ofertas por uma série de motivos, elenca Norbert Rücker, chefe de economia e pesquisa de próxima geração do grupo suíço, em nota divulgada a clientes e ao mercado nesta terça, 28. O Julius Baer enxerga cotações caindo abaixo dos US$80 por barril diante de uma oferta ampla e sentimento arrefecendo, além de custos de produção controlados.
Uma ampla capacidade de produção disponível estaria entre os motivos citados pelo Julius Baer. Em meio a diminuições da produção de players do Médio Oriente para sustentar artificialmente os preços, o mercado teria uma “almofada” decente. O especialista aponta que a capacidade disponível giraria em torno de de 5% do total da oferta de petróleo.
Mais opções de mercados produtores também trazem maior resiliência, sendo os Estados Unidos um grande exportador, e a expansão no Brasil e da Guiana mais do que compensaria a queda da produção na Venezuela. Além desses países, a o gasoduto do Canadá deve fomentar este mercado.
O investimento chinês em infraestrutura petrolífera, ampliando sua capacidade de armazenamento para um nível superior ao europeu e de refino maior do que o americano, também traz maior conforto para choques.
Os estoques de petróleo são mais amplos, em meio à queda na demanda na Europa e na Ásia desenvolvida, além de uma estagnação na América do Norte. “Estes níveis de armazenamento parecem ainda mais confortáveis de uma perspectiva relativa”, destaca o Julius Baer.
Além disso, o desenvolvimento de um mercado alternativo ganhou fôlego diante das sanções ocidentais à Rússia. “A Rússia, o Irã e a Venezuela encontrarão sempre compradores dispostos para o seu petróleo, dependendo dos descontos que oferecem”, completa Rücker em nota.
Às 14h14 (de Brasília), o Petróleo WTI Futuros, referência nos Estados Unidos, subia 2,61%, a US$79,75, e o Petróleo Brent Futuros registrava acréscimo de 1,19%, a US$83,87.
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