Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo operavam em alta nesta terça-feira, atingindo seus níveis mais elevados em duas semanas, diante do otimismo com o crescimento e a reabertura econômica da China, o que poderia impulsionar a demanda do maior país importador de petróleo do mundo.
Às 12h50 de Brasília, o petróleo norte-americano avançava 0,92%, a US$ 80,85 por barril, enquanto o Brent se valorizava 1,94%, a US$ 86,10 por barril, no mercado futuro.
O Produto Interno Bruto da China registrou uma expansão de 3% em 2022, seu segundo crescimento mais fraco desde 1976, ficando significativamente abaixo do alvo em torno de 5,5%.
Ainda assim, esse avanço acabou ficando acima das previsões dos analistas, e a economia se expandiu 2,9% no último trimestre de 2022 frente ao mesmo período do ano passado, graças ao recuo de Pequim em relação à sua política de Covid zero.
“Os dados chineses que acabam de ser divulgados mostraram robustez e respaldam uma recuperação maior neste ano, o que deve estimular a demanda no país”, disseram analistas do ING em nota aos clientes.
“Os dados de dezembro, em particular, reforçam a visão de que, apesar do aumento do número de casos, a liberdade de movimentação está influenciando positivamente o consumo na China”.
Além disso, o vice-primeiro-ministro, Liu He, declarou no Fórum Econômico Mundial de Davos, Suíça, nesta terça-feira, que a economia do seu país provavelmente retornará à tendência de crescimento pré-pandemia, após o pico das infecções pelo coronavírus.
O noticiário também era positivo na Europa, onde o índice de sentimento econômico ZEW da Alemanha, maior economia da zona do euro, voltou ao território positivo em janeiro, atingindo seu patamar mais alto em 11 meses.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) divulgou seu relatório mensal nesta terça-feira, mantendo inalterada a previsão de aumento de demanda petrolífera em 2023 em 2,2 milhões de barris por dia (mbpd), ressaltando que havia incertezas em relação às projeções, devido à condição da economia mundial, bem como a mudanças nas políticas de contenção da Covid-19 e tensões geopolíticas.
O secretário-geral da Opep, Haitham al-Ghais, declarou em uma entrevista em Davos que o cartel fará “o que for necessário” para manter o equilíbrio do mercado petrolífero neste ano.
Ele disse ainda que o grupo está “cautelosamente otimista” com a perspectiva sobre a economia mundial, em que uma possível desaceleração no Ocidente pode ser compensada pela retomada da demanda na China.
A divulgação dos dados de estoques pelo Instituto Americano do Petróleo foi adiada para quarta-feira, devido ao feriado ocorrido na segunda-feira nos EUA.