Por Barani Krishnan
Investing.com - O petróleo terminou a semana com poucas mudanças, já que uma queda nos estoques de petróleo bruto e diesel neutralizou as preocupações sobre a direção do mercado em meio ao aumento do número de casos de Covid-19.
O West Texas Intermediate negociado em Nova York, o principal indicador para os preços do petróleo nos EUA, fechou em US$ 40,88 por barril, alta de 0,7% na semana, embora tenha caído 8 centavos, ou 0,2%, no dia.
O petróleo Brent negociado em Londres, a referência global para o petróleo, caiu, no entanto, durante o dia e a semana.
O Brent fechou as negociações de sexta-feira em US$ 42,93 por barril, queda de 23 centavos, ou 0,5%. Na semana, o indicador global do petróleo caiu 8 centavos, ou 0,2%.
Os estoques de petróleo dos EUA caíram 3,8 milhões de barris na semana passada, depois de subirem pouco mais de 500.000 barris na semana anterior, disse a Administração de Informações de Energia (EIA, na sigla em inglês) na quinta-feira.
A EIA também relatou que os estoques de destilados caíram 7,2 milhões de barris na semana encerrada em 9 de outubro, contra uma queda de apenas 962.000 na semana até 2 de outubro.
Os estoques globais de petróleo, que dispararam no segundo trimestre com o colapso da demanda de combustível, estão atualmente caindo a um ritmo de cerca de 3 milhões de barris por dia, disse o presidente-executivo da Gunvor, Torbjorn Tornqvist, à Bloomberg em entrevista publicada na quinta-feira. Os estoques dos EUA caíram em todas, exceto em duas, das últimas 12 semanas, e as quedas da semana passada foram consideravelmente mais acentuadas do que o esperado.
Embora as reduções parecessem boas pela a ótica de oferta e demanda, também há preocupações de que elas poderiam ser distorcidas por reações de precaução relacionadas às paralisações forçadas pelo furacão Delta, que atingiu Louisiana na segunda-feira como uma tempestade de categoria 2. Quase 92% de toda a produção de petróleo no Golfo do México dos EUA foi fechada. Com a maioria dessas instalações reabertas desde então, a produção e os estoques podem aumentar novamente nas próximas semanas.
O pico global desta semana no número de casos da Covid-19 também gerou alarme nos mercados. As infecções na Itália voltaram a se aproximar da zona de perigo vista pela última vez em março, enquanto o Reino Unido e a França impuseram novas restrições de movimento. Nos Estados Unidos, novos casos aumentaram em 39 dos 50 estados.
A Reuters informou que o bloco de produtores Opep+ - cujos técnicos se reuniram em Viena na quinta-feira para discutir a situação do mercado global de petróleo - teme que uma nova onda da pandemia atinja a demanda e acabe com o lento processo de reequilíbrio que está em andamento desde o verão do hemisfério norte.
A intenção do bloco Opep+, que inclui produtores como a Rússia, é voltar a elevar a produção à medida que os estoques se aproximam dos padrões históricos. O acordo atual sobre a contenção da produção prevê aumento de quase dois milhões de barris por dia no início do ano que vem, com a premissa de que os estoques continuem caindo.
A Reuters observou que é apenas o pior cenário considerado pelos especialistas da Opep+ na quinta-feira que a oferta/demanda possa retornar a um superávit. Mesmo assim, é mais sombrio do que qualquer cenário apresentado pelo bloco um mês antes.
Outro fator que complica o quadro da oferta é o retorno da produção da Líbia após meses de interrupção pela guerra civil. O país do norte da África, que é membro da Opep, mas não está coberto pelo acordo de restrição de produção, está produzindo agora cerca de 500.000 barris por dia, e algumas previsões dizem que pode aumentar para 700.000 bpd ou mais no final do ano.
- Com colaboração de Geoffrey Smith