O petróleo fechou em alta nesta terça-feira, 28, ainda em reação ao compromisso reafirmado ontem pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de conter a oferta da commodity energética. A desvalorização do dólar ante outras moedas fortes também ajudou a impulsionar os preços. Com a moeda americana em baixa, o petróleo fica mais barato e atrativo para detentores de outras divisas, o que eleva a demanda.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do WTI para junho avançou 1,46%, a US$ 63,86. O Brent para julho, por sua vez, subiu 1,38%, a US$ 66,78 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O avanço dos preços do petróleo hoje ocorreu apesar de um aumento nos estoques em solo americano. De acordo com dados divulgados hoje pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês), houve um avanço de 90 mil barris na semana passada. Ainda assim, a alta veio abaixo do estimado ontem pelo Americana Petroleum Institute (API).
Para o chefe de pesquisa em commodities do Commerzbank, Eugen Weinberg, a decisão da Opep+ agradou ao mercado, mas ainda há risco de que o aumento gradual da produção de petróleo do grupo resulte em um excedente de oferta nos próximos três meses. Isso porque há restrições em vigor para combater a covid-19 em alguns dos principais países que importam a commodity, como a Índia, o Japão e a Turquia.
Na visão do chefe de mercados de petróleo da Rystad Energy, Bjornar Tonhaugen, há otimismo sobre a demanda pela commodity na segunda metade de 2021, devido ao avanço da vacinação contra o coronavírus. Ele, porém, também vê obstáculos para a continuidade da recuperação dos preços. "O pesadelo da situação da covid-19 na Índia vai impactar o mercado por vários meses, disso agora temos certeza", alerta.
A Rystad Energy estima que o impacto negativo da escalada global da pandemia no mercado de petróleo ultrapasse 500 mil barris por dia em abril e alcance 1 milhão de bpd em maio. "No momento, o mercado parece estar ignorando a Índia porque a cabeça de todos está voltada para a evolução da demanda dos EUA e da China", diz Tonhaugen.