Os ativos do petróleo caíram no mercado futuro, diante das revisões de projeções sobre crescimento global. O destaque ficou para os ajustes do Fundo Monetário Internacional (FMI). Além disso, após quatro sessões da commodity em alta, operadores fazem a realização de lucros.
O petróleo WTI para junho fechou em queda de 5,17% (US$ 5,56), a US$ 102,05 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para junho caiu 5,22% (US$ 5,91), a US$ 107,25 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
O FMI reduziu sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) global em 2022, de 4,4% para 3,6%. As revisões foram feitas diante da guerra na Ucrânia, que deve elevar ainda mais os preços de comodities e as pressões inflacionárias, de acordo com a instituição. Caso sanções impostas à Rússia se ampliem, incluindo contra importações de petróleo e gás, o Fundo estima que as cotações internacionais do petróleo subiria 10% neste ano e 15% no próximo. Se a União Europeia vetar imediatamente as compra de ativos energéticos russos, o barril de Brent poderia chegar a US$ 185, estima o JPMorgan (NYSE:JPM).
Bancos e consultorias demonstram preocupação especial com a China e têm revisado para baixo suas projeções de crescimento do país asiático. Os ajustes se dão em meio aos severos lockdowns e surtos de covid-19.
Vice-presidente de análises na Rystad Energy, Claudio Galimberti diz esperar que a demanda chinesa por petróleo se mantenha, apesar das circurstâncias. Uma demanda positiva deve se dar nos transportes rodoviários ao longo deste ano e no próximo, enquanto uma retomada na aviação é esperada na segunda metade deste ano.
O Commerzbank, por sua vez, aponta que o recente alto nível dos preços do petróleo está pesando sobre as refinarias. Com as restrições para conter o coronavírus, o banco alemão assume que as refinarias verão ainda menos petróleo bruto neste mês, em comparação ao anterior. Em reportagem, a Bloomberg informa que parte das reservas estratégicas de petróleo liberadas pelos Estados Unidos já partiram do Texas para a Europa, à medida que refinarias europeias têm evitado as commodities russas e os preços têm subido.
O avanço do petróleo se deu apesar das dificuldades na oferta. Na Líbia, é esperado um corte na produção, com a interrupção de uma de suas plataformas de petróleo neste domingo, em meio a embates políticos. Além disso, relatório visto pela Reuters, mostra que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) produziram 1,45 milhão de barris por dia (bpd) abaixo da meta no mês passado.