Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa nesta sexta, 23, mas encerrando uma semana de alta para os preços da commodity, em grande parte impulsionados por tensões geopolíticas no Oriente Médio. Durante a sessão, o Brent ganhou força e chegou a ultrapassar os US$ 80, mas o ímpeto foi perdido ao longo do dia, assim como a marca. Outro tema que segue no radar é a capacidade de cortes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que já vinha questionada e ficou ainda mais em questão após o anúncio da saída de Angola do grupo.
Na New York Mercantile Exchange, o WTI para fevereiro fechou em baixa de 0,45% (US$ 0,33), a US$ 73,56 o barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para o mesmo mês caiu 0,40% (US$ 0,32), a US$ 79,07 por barril. Na semana, houve alta de 2,53% e 2,75%, respectivamente.
Para a Capital Economics, o movimento semanal foi aparentemente foi motivado pelo caos marítimo. "Uma tempestade perfeita irrompeu, uma vez que os baixos níveis de água no Canal do Panamá coincidiram com o fato de as companhias marítimas evitarem o Canal de Suez após os ataques dos rebeldes Houthi no Mar Vermelho", aponta a consultoria. Hoje, um líder Houthi ameaçou os Estados Unidos e disse que o grupo atacará diretamente os navios de guerra americanos.
Já a decisão de Angola de sair da Opep terá provavelmente um impacto limitado nos preços globais do petróleo, aponta a Capital Economics. As dificuldades do país para aumentar a produção petrolífera continuarão restringindo o crescimento das exportações, avalia a consultoria. Por sua vez, a Spartan Capital pensa que a Nigéria talvez seja a próxima nação a abandonar a Opep, o que provavelmente resultaria numa guerra de produção entre os exportadores.