Por Peter Nurse
Investing.com - Os preços do petróleo perderam força na quinta-feira, conforme as negociações para a reativação do acordo nuclear com o Irã perecem tomar uma boa direção, porém as perdas foram amenizadas pelas tensões prorrogadas na fronteira ucraniana.
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Às 13h18 (horário de Brasília), os contratos futuros do WTI dos EUA recuavam 2,18%, a US$ 91,62 por barril, enquanto o Brent caía 2,01%, para US$ 92,94.
Congressistas franceses afirmaram na quarta-feira que uma decisão referente ao acordo nuclear limitando as capacidades nucleares de Teerã é questão de dias, sentimento que os EUA compartilham. O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, afirmou que os Estados Unidos estão "nos estágios finais" das negociações indiretas com o Irã.
Embora ainda existam dúvidas sobre se o Irã fará uma escolha política consensual em relação ao Ocidente, um acordo permitiria ao país do Golfo Pérsico retomar as exportações da produção de petróleo para o mercado global, com a remoção de sanções impostas pelos EUA.
“Se as sanções forem mesmo suspensas, isso amenizaria as preocupações quanto as incertezas da Opep aumentar a sua produção. O Irã está produzindo atualmente em torno de 2,5 milhões de barris por dia, mas sua capacidade é estimada em aproximadamente 3,8 milhões de barris por dia”, disseram analistas do ING, em nota. "Portanto, há potencial para 1,3 milhões de barris por dia de fornecimento adicional entrando no mercado ao longo do tempo".
Apesar disso, as tensões no leste europeu sobre uma potencial invasão da Ucrânia pela Rússia continuam a fornecer suporte para o mercado, dada a potencial interrupção do fornecimento de gás para a Europa, em particular. Isso traria uma necessidade de diversificação das fontes energia na região.
No início desta semana, surgiram dúvidas quanto a veracidade da alegação da Rússia de que estaria retirando parte de suas tropas baseadas perto da fronteira com a Ucrânia, o que os EUA chamaram de “falsa” alegação, dizendo que na verdade a Rússia estaria aumentando o contingente.
Além disso, rebeldes apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia acusaram as forças do governo de bombardear seu território com morteiros. Militares ucranianos negaram as acusações, afirmando que o outro lado havia cometido o ato de agressão.
Tais incidentes tornaram-se de certa forma comuns durante os oito anos deste conflito, mas este é o tipo de acontecimento que o Ocidente teme que possa ser usado por Moscou como motivo para a invasão.
“Um prêmio de risco substancial parece ainda estar precificado no mercado”, acrescentou o ING.