Investing.com - O petróleo operava em queda nesta segunda-feira, 16, após uma forte alta na semana passada, diante do conflito no Oriente Médio que ameaça o abastecimento da principal região produtora de petróleo do mundo.
Às 12h30 de Brasília, o petróleo West Texas Intermediate (WTI), que serve de referência nos EUA, recuava 0,44%, cotado a US$ 85,95, enquanto o Brent, referência mundial e da Petrobras (BVMF:PETR4), se desvalorizava 0,61%, a US$ 90,33, no mercado futuro.
Conflito entre Israel e Hamas eleva risco geopolítico
Na semana passada, os dois contratos subiram quase 6% na sexta-feira, registrando a maior alta diária percentual desde abril. Na semana, o Brent avançou 7,5%, enquanto o WTI subiu 5,9%.
Os mercados estão nervosos, à espera de sinais de que a guerra entre Israel e o Hamas possa se alastrar pelo Oriente Médio, afetando a produção nessa região estratégica.
No domingo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu “demolir o Hamas”, enquanto suas tropas se preparavam para uma invasão terrestre em Gaza, após uma série de ataques fatais do grupo palestino contra cidades israelenses.
“Estamos à beira de um precipício no Oriente Médio”, alertou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em um comunicado no domingo, enquanto o chanceler iraniano, Hossein Amirabdollahian, advertiu que Teerã não poderia ficar indiferente à crise se “as agressões sionistas não cessarem”.
O Irã é o quinto maior produtor de petróleo do mundo, e os EUA poderiam impor sanções mais duras a Teerã se este apoiasse diretamente o Hamas.
“A incerteza e a preocupação com a escalada do conflito entre Israel e o Hamas continuam a sustentar o mercado de petróleo. Nos últimos dias, o Irã alertou sobre o risco de uma guerra mais ampla, enquanto há relatos de que a Arábia Saudita suspendeu as negociações para normalizar as relações com Israel”, disseram analistas do ING, em uma nota.
Sanções dos EUA podem restringir ainda mais o mercado
Outro fator que mexeu com o mercado foi a decisão dos EUA na semana passada de impor sanções a algumas empresas que teriam transportado petróleo russo acima do limite de US$ 60 por barril estabelecido pelo G-7 usando serviços de transporte baseados nos EUA.
“Esta é a primeira vez que vemos o limite de preço do G-7 sendo aplicado, o que aumenta o receio de que se torne mais difícil transportar o petróleo russo e restringir ainda mais o mercado”, acrescentou o ING.
Dados de crescimento da China previstos para esta semana
No entanto, apesar desses fatores positivos, os especuladores permanecem cautelosos em entrar no mercado. Os dados de posicionamento mais recentes mostram que os especuladores reduziram suas posições líquidas compradas no contrato do Brent da ICE (NYSE:ICE) em mais de 65.000 lotes na última semana de relatório, com a movimentação motivada principalmente pela liquidação de posições compradas.
A Agência Internacional de Energia reduziu sua projeção de crescimento na demanda por petróleo em 2024, citando condições econômicas globais mais difíceis.
De particular interesse serão as notícias sobre o crescimento econômico do maior importador de petróleo do mundo, a China, com dados do Produto Interno Bruto do terceiro trimestre previstos para mais tarde nesta semana. Espera-se que o crescimento tenha se enfraquecido ainda mais durante o trimestre, indicando um cenário desfavorável para a demanda por combustível no país.