Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo operavam em queda nesta sexta-feira, prestes a registrar o primeiro trimestre negativo em dois anos, devido a preocupações com a desaceleração do crescimento mundial, o que estava pesando mais sobre o sentimento do mercado do que a possibilidade de um corte de produção na próxima semana.
Às 11h15 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano cedia 0,94%, a US$ 80,52 por barril, enquanto o petróleo Brent se desvalorizava 0,78%, a US$ 86,50 por barril, no mercado futuro.
O mercado petrolífero pode fechar a semana com ganhos, graças à correção do dólar desde as máximas de 20 anos, mas, ainda assim, deve encerrar o trimestre com perdas de mais de 20% pela primeira vez desde 2020.
O principal vetor da queda nos últimos três meses foi o movimento de vários bancos centrais, com destaque para o Federal Reserve dos EUA, no sentido de apertar os juros para tentar conter a alta da inflação, o que suscitou preocupações com um impacto recessivo na demanda.
Essa queda dos preços direcionou o foco para a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, na semana que vem, já que aumentam as expectativas de que os líderes do cartel autorizem mais um corte de oferta, após a modesta redução do mês passado.
Os principais produtores de petróleo estão avaliando uma redução entre 500.000 e 1 milhão de barris por dia em sua meta de produção, a fim de respaldar o mercado, de acordo com uma reportagem da Reuters, citando fontes.
O grupo concordou em rebaixar as cotas de produção em 100.000 barris por dia em sua reunião de setembro, o primeiro corte desde 2020, mas isso forneceu pouco suporte para os preços.
“A questão que parece preocupar o mercado é que os preços do petróleo, ainda que voláteis, continuam perto de US$ 90 por barril no Brent. Então, por que fazer um corte?”, indagaram analistas do Bank of America (NYSE:BAC), em nota.
“Em nossa visão, a resposta é relativamente simples: o pronunciado backwardation que mantém uma fonte de volatilidade em cada rolagem de contrato, bem como a curva futura de 3 anos, que recuou US$ 10 nos últimos meses”.
Além disso, os países da União Europeia concordaram, na sexta-feira, em aplicar um imposto emergencial sobre os lucros extraordinários das empresas de energia, iniciando tratativas sobre a possibilidade de um teto para os preços do gás em todo o bloco.
Isso ocorreu após a Alemanha, maior economia da zona do euro, declarar que emitirá 200 bilhões de euros em dívidas para amortecer o impacto dos preços de energia sobre sua economia neste inverno.
O número de sondas da Baker Hughes e os dados de posicionamento da CFTC encerram a semana, como de costume.