Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo voltaram a cair nesta sexta-feira, 17, e devem encerrar a semana com fortes perdas, devido a preocupações com a atual crise bancária e seus impactos sobre a economia.
Às 11h50 de Brasília, o petróleo norte-americano cedia 2,72%, a US$ 66,53 por barril, enquanto o Brent se desvalorizava 2,53%, a US$ 72,86 por barril, no mercado futuro. Ambas as referências acumulam perdas de 11% na semana, maior desvalorização semanal do ano.
As ações do First Republic Bank (NYSE:FRC) ficaram sob pressão novamente antes da abertura dos mercados em Nova York, despencando mais de 20%, apesar de receber um aporte de US$ 30 bilhões de um grupo de grandes bancos dos EUA, enquanto o SVB Financial Group (NASDAQ:SIVB), controlador do Silicon Valley Bank, entrou com pedido de concordata, uma semana depois que os órgãos reguladores federais foram forçados a resgatar o banco com medidas de emergência.
Na Europa, os papéis do Credit Suisse (SIX:CSGN) registravam fortes perdas, colocando o banco em vias de registrar sua pior queda semanal em três anos, com os investidores questionando o futuro da instituição, apesar de o Banco Nacional da Suíça (SIX:SNBN) oferecer um plano para reforçar sua liquidez.
Essa turbulência no setor bancário fez com que os participantes do mercado adotassem uma visão mais conservadora em relação a um possível aumento da demanda petrolífera neste ano.
Isso ocorre apesar de a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico declarar que as perspectivas econômicas globais melhoraram em relação a alguns meses atrás.
A entidade elevou sua projeção de crescimento global em 0,4%, para 2,6%, este ano, em uma publicação de novembro, citando um declínio nos preços de energia e de alimentos e a flexibilização da China em relação às restrições contra a Covid.
Em uma nota emitida aos clientes, os analistas do ING disseram que "preocupações com o setor bancário estavam pesando sobre os ativos de risco, ao mesmo tempo em que os fundamentos do petróleo se enfraqueciam".
A Agência Internacional de Energia elevou sua estimativa de oferta de petróleo russo em 300 milhões de barris por dia, em seu último relatório mensal, afirmando que as exportações de Moscou se mantiveram acima das expectativas.
Da mesma forma, "o atual excedente de produção fez com que os estoques [dos EUA] atingissem a máxima de 18 meses, situação que deve persistir durante o 1S23", acrescentou o ING.
Os números de sondas operacionais da Baker Hughes devem ser divulgados ao final da sessão e atrair mais atenção do que de costume, depois que o governo dos EUA previu que a produção de shale oil provavelmente atingirá o pico na primavera local.
Além disso, os dados de posicionamento dos traders, da CFTC, devem refletir a liquidação de posições especulativas de compra na última semana.