Por Barani Krishnan
Investing.com - Os preços do petróleo continuaram a sua marcha ascendente na segunda-feira ao ritmo dos tambores da Opep e seus aliados, que indicaram não estarem dispostos a permitir um recuo no mercado ao adicionarem, no horizonte próximo, mais que os 400.000 barris por dia com que haviam concordado.
"O grupo está claramente satisfeito com os níveis de preços (atuais)", afirmou Craig Erlam, analista do grupo de negociação online OANDA, num momento em os preços do petróleo bruto pairam ao redor dos US$ 85 por barril, quase o dobro do valor em que eram negociados há um ano. "Este é claramente um mercado muito bullish".
O petróleo WTI, negociado em Nova York e referência de preço nos EUA, fechou em alta de US$ 0,46, ou 0,6%, a US$ 84,05 por barril.
O Brent, negociado em Londres e referência global para o petróleo, fechou o pregão a US$ 84,71, uma alta de US$ 0,33, ou 0,4%.
Os preços do petróleo inicialmente caíram na segunda-feira, após a liberação de estoques estratégicos pela China a fim de reduzir os preços internos de energia.
Mas, no final do pregão em Nova York, eles voltaram a ter altas maiores, seguindo o ritmo da maioria dos 13 países membros e aliados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, de que não haveria um aumento da produção além dos níveis pré-acordados.
A Opep+ realiza a sua reunião mensal regular na quinta-feira.
Embora no início do ano as reuniões da Opep+ tenham servido para realmente abordar questões de oferta e demanda no mercado, as suas mais recentes edições foram pouco mais que uma oportunidade para o cartel de agitar os preços da commodity, ao dar a resposta que os investidores já conheciam para os pedidos por mais barris: De jeito nenhum.
A reunião de quinta-feira será provavelmente tão "rápida e consistente quanto a última", disse Erlam, acrescentando que espera que os líderes mundiais fiquem novamente "desiludidos com o agravamento do déficit do mercado de petróleo".
Os preços do petróleo receberam um novo impulso na segunda-feira por um outro motivo: a estimativa do Bank of America de que um barril a US$ 120 pode ser possível até junho de 2022.