Por Peter Nurse
Investing.com -- Os preços do petróleo subiam na quinta-feira, depois de terem caído durante a manhã, após um surpreendente aumento no desemprego dos EUA levantar preocupações de uma desaceleração na recuperação econômica, somando-se a indicações de que a economia da China está sendo travada por uma crise energética.
Por volta das 13h (horário de Brasília), o futuro do petróleo WTI, negociado em Nova York, subia 1,1% para US$ 75,64 por barril, enquanto o futuro do Brent apresentava alta de 1,2% para US$ 76,03 por barril.
Os futuros da gasolina RBOB dos EUA apresentavam avanço de 1,6%, a US$ 2,2107 por galão.
Os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA tiveram um aumento inesperado pela terceira semana consecutiva, com os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subindo para 362.000 na semana passada, o que sugere que um novo avanço nas infecções de Covid-19, motivado pela variante delta do coronavírus, poderia estar afetando o mercado de trabalho.
Um outro relatório confirmou que o crescimento econômico norte-americano avançou a uma taxa anualizada de 6,7% no segundo trimestre, ligeiramente acima da estimativa original de 6,6%.
Os dados do início de quinta-feira mostraram que a atividade fabril da China encolheu inesperadamente em setembro, com o PMI de manufatura do país em 49,6 contra 50,1 em agosto, abaixo do nível chave de 50, que representa a expansão, pela primeira vez desde fevereiro 2020.
A China é o maior importador de petróleo bruto do mundo e o seu segundo maior consumidor, atrás dos Estados Unidos.
Somam-se às notícias negativas os números oficiais que mostram um crescimento inesperado dos estoques dos EUA, após a maior parte da produção no Golfo de México ter sido retomada aos níveis anteriores à passagem do furacão Ida há um mês.
Os estoques de petróleo dos EUA apresentaram um aumento de 4,6 milhões de barris na semana passada, os dados da Energy Information Administration mostraram na quarta-feira, em comparação com as expectativas de queda de 1,7 milhão de barris.
Dito isto, o petróleo ainda segue rumo a um saudável ganho mensal em meio às expectativas de que o mercado permanecerá em déficit de oferta por algum tempo.
A previsão é que a oferta global de petróleo seja 1,2 milhão de barris por dia inferior à demanda em outubro, e 900.000 barris por dia menor no mês seguinte, segundo um documento do secretariado da OPEP sendo revisado pelo Comitê Técnico Conjunto do grupo.
Isto deverá representar grande parte das discussões quando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, se reunir na próxima semana.
"O grupo foi cauteloso até este momento. No entanto, ainda é preciso ver se eles continuarão adotando essa abordagem se as vozes pedindo por um aumento mais rápido da produção ficarem mais altas", escreveram os analistas do ING em relatório.