Por Barani Krishnan
Investing.com -- Os preços do petróleo WTI, referência de preços nos EUA, atingiram seus níveis mais altos desde a crise financeira de 2008 enquanto o Brent, benchmark global da commodity, retornou a seus picos de 2012, após a carga pesada de sanções contra a Rússia por sua invasão da Ucrânia fazer os preços de energia dispararem pelo terceiro dia consecutivo.
Às 16h18 (de Brasília), o petróleo WTI, cotado em Nova York, registrava queda de US$ 1,07, ou quase 1%, a US$ 109,53 por barril às 16h19 (de Brasília), depois de atingir a máxima de setembro de 2008 de US$ 116,50.
Enquanto isso, o contrato mais negociado para o Brent, referência global de preço do petróleo, recuou US$ 0,90, ou cerca de 0,79%, para US$ 112,04 por barril. O pico intradia do Brent, de US$ 119,78, foi seu valor mais alto desde maio de 2012.
O recuo do petróleo veio em função das manchetes sugerindo progresso intenso nas conversas entre o Irã e as potências globais para reativar o acordo nuclear de Teerã de 2015, que poderia suspender as sanções dos EUA sobre o petróleo da própria República Islâmica.
"O que provavelmente estamos vendo aqui é alguma realização de lucros, porque o preço aumentou tanto e de maneira tão rápida", afirmou Craig Erlam, analista da plataforma de negociação online OANDA.
Mas Erlam também disse que ficaria surpreso se a escalada do petróleo não fosse retomada sem melhorias fundamentais na oferta global da commodity.
"Isso poderia vir temporariamente de um acordo nuclear com o Irã", afirmou, acrescentando que "mesmo isto não seria suficiente para compensar uma perturbação das exportações russas", que atende cerca de um décimo das necessidades de petróleo mundiais.
De resto, o enviado da Rússia para as negociações nucleares do Irã, Mikhail Ulyanov, afirmou que os negociadores estavam "na linha de chegada". Tanto o WTI como o Brent recuaram cerca de US$ 2 por barril depois dessa manchete.
"Algumas questões precisam ser finalizadas, e o acordo pode ser concluído em 24 a 48 horas", disse Ulyanov.
O enviado russo, que participou das conversas nucleares do Irã no momento de uma guerra levada a cabo pelo seu presidente, Vladimir Putin, contra a Ucrânia, tem dito que existe uma "probabilidade muito alta" de que a discordância entre Washington e Teerã em relação ao acordo atômico de 2015 fosse solucionada.
Em jogo para o comércio global de petróleo está o retorno legítimo de um milhão de barris ou mais de petróleo iraniano para o mercado - embora Teerã provavelmente já esteja exportando esse montante ao evadir as sanções da era Trump sobre o seu petróleo, as quais o governo Biden não vem demonstrando muito empenho em aplicar.
As exportações de petróleo do Irã atingiram uma média de 2,4 milhões de barris por dia, com um pico superior a 2,8 milhões, antes de Trump ter cancelado, em 2018, o acordo nuclear firmado pelo seu antecessor, Barack Obama.