Embraer mantém previsões para 2025 após evitar tarifa mais alta dos EUA
Por May Angel
LONDRES (Reuters) - Os preços do café arábica fecharam em leve alta nesta quinta-feira, enquanto comerciantes continuaram a manter a esperança de que os Estados Unidos poderiam isentar o café de sua tarifa comercial de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros.
Na quarta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs a tarifa de 50% ao Brasil para combater o que ele chamou de "caça às bruxas" contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, mas excluiu alguns setores-chave, como energia e suco de laranja.
O café ainda não foi excluído da tarifa de 50%, aumentando a perspectiva de que o comércio entre o maior produtor de café do mundo e o maior consumidor da commodity possa ser gravemente prejudicado.
"Ao excluir outros produtos básicos, como suco de laranja e castanha-do-pará, mas não o café, parece que o governo Trump está usando a tarifa do café como a ponta de lança em sua luta política por seu amigo Bolsonaro", disse Steve Walter Thomas, CEO da importadora Lucatelli Coffee, sediada nos EUA.
Os exportadores de café do Brasil disseram em um comunicado que continuarão a pressionar por isenções. As novas tarifas entrarão em vigor em 6 de agosto, e não na sexta-feira, como originalmente planejado.
"Mais uma semana até que 50% entrem em vigor. A maioria (dos participantes do setor) ainda espera por uma exclusão geral do café. Acho improvável", disse um trader na Europa.
O decreto de Trump diz, no entanto, que o café embarcado no Brasil antes de 6 de agosto poderá ser vendido nos EUA sem pagar tarifa.
Espera-se que os preços subam no curto prazo se uma tarifa de 50% for imposta, com uma corrida pelos estoques e uma grande reviravolta nos fluxos de comércio global, já que os suprimentos serão redirecionados para novos destinos.
No longo prazo, no entanto, as tarifas devem pesar sobre os preços mundiais do café, pois provavelmente prejudicariam a demanda do maior consumidor do mundo ao aumentar os preços já inflacionados nos EUA.
Os EUA dependem quase que totalmente das importações de café, sendo que as quantidades cultivadas no Havaí e em Porto Rico representam menos de 1% do seu consumo.
O Brasil é responsável por cerca de um terço das importações dos EUA.
Os futuros do café arábica na ICE, vistos como referência global de preços, fecharam em alta de 0,8%, a US$2,958 por libra-peso, tendo fechado em queda de 1% na quarta-feira.
O café robusta recuou 0,4%, para US$3.331 a tonelada métrica, tendo fechado em alta de 1,7% na sessão anterior.
Já o açúcar bruto caiu 0,6%, para 16,35 centavos por libra, enquanto o açúcar branco perdeu 0,5%, para US$ 467,80 a tonelada.
(Reportagem de May Angel)