SÃO PAULO (Reuters) - A produção brasileira de aço bruto em abril somou 3,1 milhões de toneladas, alta de 59,3% ano a ano e maior volume desde outubro de 2018, impulsionado por uma forte base de comparação com o ano passado, quando o parque siderúrgico nacional foi desativado em meio às incertezas trazidas pela chegada da pandemia ao país.
A produção de aços longos, impulsionada ainda pela construção civil, mais que dobrou, saindo de 445 mil toneladas para 923 mil. A de planos, puxada ainda por reestocagem e demanda ainda forte em setores como máquinas e equipamentos e veículos, cresceu 61,3%, para 1,3 milhão de toneladas.
"A maior demanda do mercado interno reflete a retomada dos setores consumidores, mas também a formação de estoques defensivos de alguns segmentos em relação à volatilidade do mercado, ocasionado pelo boom no preço das commodities", afirmou em comunicado o presidente do Instituto Aço Brasil, responsável pelos dados, Marco Polo de Mello Lopes.
No acumulado do ano até o fim de abril, as siderúrgicas do país produziram 15,9% mais ante mesmo período de 2020, ou 11,8 milhões de toneladas.
As vendas de aço em abril somaram 1,9 milhão de toneladas, quase o dobro do registrado um ano antes. A venda de longos subiu 72,3% e a de planos avançou 118%, a 1,1 milhão de toneladas. No acumulado de janeiro a abril, as vendas saltaram 40,5%, para 7,9 milhões de toneladas.
A retomada na demanda nacional tem motivado reajustes nos preços da liga no mercado interno e anúncios de investimentos no setor. No início de junho, por exemplo, a Usiminas (SA:USIM5) vai reativar o alto-forno 2 da usina de Ipatinga (MG). O equipamento estava parado desde abril do ano passado.
As importações de aço em abril também dispararam, avançando 90,8% sobre um ano antes, para 355,65 mil toneladas. Nos quatro primeiros meses de 2021, as compras de material produzido no exterior atingiram 1,4 milhão de toneladas, quase o dobro do importado no primeiro quadrimestre de 2020.
Já as vendas externas caíram 5,5% no mês passado na comparação anual, para 831,7 mil toneladas, acumulando no ano baixa de quase 14%, a 3,5 milhões de toneladas, segundo os dados do Aço Brasil.
(Por Alberto Alerigi Jr.)