Por Jorge Otaola
BUENOS AIRES (Reuters) - Produtores rurais da Argentina ameaçaram ampliar medidas de protesto se o governo não recuar em um veto a exportações de carne, adotado no país como ação emergencial para aumentar a oferta doméstica em meio a um salto na inflação.
Produtores no país da América do Sul pararam negociações domésticas de gado para protestar contra a medida do governo. A Argentina é uma importante exportadora de grãos, incluindo soja, milho e trigo, e uma das principais exportadoras de carne bovina do mundo.
"Se não tivermos respostas (do governo), os produtores pedirão medidas mais profundas, com participação de todo o setor agrícola", disse o presidente das Confederações Rurais Argentinas, Jorge Chemes, em entrevista à Rádio Milenium no sábado.
O governo do presidente de centro-esquerda Alberto Fernandéz vetou exportações de carne neste mês, por período de 30 dias, visando conter os preços domésticos dos alimentos em meio a uma longa crise econômica no país que foi aprofundada pela pandemia de Covid-19.
O movimento gerou uma disputa entre o governo e o poderoso setor agrícola do país, que domina exportações que são chave para que o país obtenha moeda estrangeira.
Chemes disse que os produtores prorrogaram a suspensão das negociações de gado até a próxima quarta-feira, uma vez que não receberam respostas do governo.