(Reuters) - O Estado norte-americano do Texas deveria considerar limites na produção de petróleo para as companhias locais, em um esforço para estabilizar os preços da commodity, que têm caído acentuadamente, disse um dos três membros do regulador estadual do setor de óleo e gás nesta sexta-feira.
Os preços do petróleo nos EUA acumulam baixa de mais de 60% neste ano devido à queda na demanda causada pelo coronavírus e por uma guerra por participação no mercado, travada entre Arábia Saudita e Rússia.
Em meio a esse cenário, executivos do setor e reguladores têm buscado a administração do presidente Donald Trump para ventilar a ideia de cortar a produção do Texas em 10%, afirmou Ryan Sitton, um dos três membros eleitos para a comissão estadual responsável por regular a indústria de petróleo e gás.
A expectativa é de que o presidente Trump possa negociar com a Arábia Saudita e a Rússia e convencê-los a também realizar cortes na mesma proporção, disse Sitton, acrescentando que o objetivo é "ajudar o presidente a obter um acordo."
O Texas não impõe limites à produção de petróleo desde o início dos anos 1970, mas os reguladores teriam autoridade para fazê-lo.
Empresas como Parsley Energy e Pioneer Natural Gas estariam entre as companhias independentes de petróleo e gás que gostariam que os reguladores considerem limites sobre o quanto grandes petroleiras podem colocar no mercado.
Os Estados Unidos afirmaram na quinta-feira que começarão a comprar o combustível fóssil produzido localmente para sua Reserva Estratégica de Petróleo, em uma tentativa de apoiar a indústria local.
Enquanto isso, a Arábia Saudita fretou cerca de meia dúzia de super navios-tanque para enviar até 12 milhões de barris de petróleo para a Costa do Golfo dos EUA, em meio à sua guerra por mercado com os russos.
O fluxo de petróleo proveniente dos sauditas e outros produtores pode resultar no maior superávit já visto no mercado de petróleo na história, segundo a consultoria IHS Markit.
EMPREGOS
Companhias de petróleo dos Estados Unidos têm planos para dispensar centenas de trabalhadores em meio à queda dos preços da commodity.
A Apache Corp (NYSE:APA) disse que pode cortar 85 pessoas em seu escritório em Midland, enquanto a empresa de serviços para campos de petróleo FTS International Services disse que pode dar férias coletivas para 35 empregados em Fort Worth e 85 em Hobbs, no Novo México.
A Tenaris informou que cortará 223 empregados de sua unidade de produção de dutos de aço, IPSCO Koppel Tubulars, empresa que adquiriu recentemente, segundo comunicado.
A gigante de serviços para campos de petróleo Halliburton já anunciou mais cedo nesta semana que dará licença para 3,5 mil trabalhadores.
(Por Luciano Costa)