SÃO PAULO (Reuters) - Os cafeicultores brasileiros tinham vendido 41% de sua safra 2023/24 até o início de agosto, informou a consultoria Safras & Mercado na sexta-feira, índice que fica atrás dos 45% do mesmo período do ano passado e da média histórica para a época de 46%.
A Safras disse em comunicado que os produtores têm sido mais cautelosos quando se trata de vender este ano por causa das incertezas econômicas, levando a um ritmo de vendas "errático" até agora nesta temporada, apesar do aumento na produção.
A consultoria disse que as vendas de café arábica atingiram cerca de 39% da produção esperada, bem abaixo da média de 45%, enquanto os negócios de café robusta foram estimados em 46%.
"Alguns produtores aproveitaram a volatilidade de alta em NY e no dólar para fechar alguma venda, mas boa parte ainda seguiu na defensiva apostando em uma guinada de alta. A volatilidade financeira e ao juro real ainda muito alto no Brasil, mesmo depois do corte na taxa Selic, devem continuar pesando na tomada de decisão do vendedor", disse Gil Barabach, consultor da Safras.
A Safras estima a produção brasileira de café em 2023/24 em 66,7 milhões de sacas de 60 kg.
A consultoria disse que os agricultores tinham colhido 86% das áreas até 8 de agosto, um aumento de 6 pontos percentuais em relação à semana anterior, mas ainda abaixo dos 89% do ano passado no mesmo ponto.
A média de cinco anos para o período é de 90%.
Barabach disse que o tempo seco e as altas temperaturas favoreceram o progresso do trabalho de campo na semana passada. Até agora, 80% das áreas de arábica e 96% das áreas de café robusta já foram colhidas, segundo Safras.
(Reportagem de Gabriel Araujo)