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SÃO PAULO (Reuters) - A safra de soja do Brasil atingirá 150,67 milhões de toneladas no ciclo 2023/24, abaixo das 154,10 milhões de toneladas da última temporada, disse a consultoria Pátria AgroNegócios nesta quinta-feira, ao considerar os efeitos de uma seca severa em importantes Estados produtores.
A projeção representa uma queda de 2,2% em relação à produção de soja do Brasil no ciclo 2022/23, disse a consultoria.
Até o momento, esta é uma das raras estimativas que apontam produção de soja menor para a atual temporada em comparação com a anterior.
Em relação à estimativa anterior de safra de soja da consultoria, a projeção implica uma queda de 5,14 milhões de toneladas na produção de soja no Brasil, o maior produtor e exportador mundial da commodity.
O corte de quinta-feira também representa um dos mais agressivos de qualquer analista privado até agora na temporada, com o Estado do Mato Grosso, principal produtor de grãos, sofrendo com o clima adverso desde o início do plantio.
Depois que os agricultores começaram a plantar sua nova safra, as projeções giravam em torno de 164 milhões de toneladas.
"Foram registradas reduções de produtividade em quase todos os principais Estados produtores, especialmente no Centro-Oeste, Nordeste e Tocantins (no Norte)", disse a Pátria AgroNegócios.
A consultoria citou o atraso no ciclo de plantio como reflexo do "evidente estresse hídrico" em partes de Rondônia, Mato Grosso, Goiás e Tocantins, bem como a baixa qualidade da germinação em meio às altas temperaturas nessas áreas.
A Pátria AgroNegócios também previu uma queda maciça na segunda safra brasileira de milho, que é plantado após a colheita da soja nas mesmas áreas e representa cerca de 75% da produção nacional total do cereal.
Atrasos na temporada da soja reduzirão a área plantada da segunda safra de milho, disseram os agricultores, já que eles não querem arriscar semear o cereal após a janela climática ideal.
A consultoria estimou a segunda safra de milho do Brasil em 82,45 milhões de toneladas em 2023/24, queda de cerca de 18 milhões de toneladas em relação à temporada passada.
Mais recentemente, analistas notaram que chuvas recentes trouxeram alívio para as áreas ressecadas, evitando perdas ainda maiores.
(Por Gabriel Araujo, Ana Mano e Roberto Samora)