Dólar cai ante real sob influência do exterior após acordo EUA-Japão

Publicado 23.07.2025, 17:10
Atualizado 23.07.2025, 17:40
© Reuters. Notas de dólarn16/05/2016. REUTERS/Kham

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O acordo comercial dos Estados Unidos com o Japão e a perspectiva de entendimento com a União Europeia abriram espaço para a queda do dólar ante outras divisas nesta quarta-feira, incluindo o real, ainda que o Brasil siga com dificuldades para encontrar caminhos para negociar com os norte-americanos.

O dólar à vista fechou com baixa de 0,78%, aos R$5,5239, no menor valor de fechamento desde os R$5,5036 de 9 de julho -- dia em que o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a tarifa de 50% para os produtos brasileiros, elevando a pressão no mercado de câmbio. No ano, a divisa acumula baixa de 10,60%.

Às 17h05 na B3 (BVMF:B3SA3) o dólar para agosto -- atualmente o mais líquido no Brasil – cedia 0,71%, aos R$5,5320.

Na noite de terça-feira o presidente dos EUA, Donald Trump, fechou um acordo comercial com o Japão que reduz as tarifas sobre as importações de automóveis e poupa Tóquio de novos impostos sobre outros produtos, em troca de um pacote de US$550 bilhões em investimentos e empréstimos aos norte-americanos.

O acordo dos EUA com o Japão e a perspectiva de um entendimento comercial também com a União Europeia, que resultaria em uma tarifa de 15% sobre os produtos europeus, animaram os mercados ao redor do mundo. Os índices de ações subiram, o dólar recuou ante a maior parte das divisas e os rendimentos dos Treasuries avançaram, com investidores vendendo títulos e buscando ativos de maior risco, como moedas de países emergentes.

Neste cenário, após marcar a cotação máxima de R$5,5790 (+0,21%) às 9h18, ainda na primeira meia hora da sessão, o dólar à vista atingiu a mínima de R$5,5155 (-0,93%) às 15h52, quando a moeda norte-americana também cedia ante várias outras divisas no exterior.

“Tivemos um fluxo positivo para o Brasil, de venda (de dólares) por exportadores e investidores estrangeiros, com a bolsa subindo”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.

“Mas o que está pesando mesmo é a procura global por risco, com o acordo fechado pelos EUA com o Japão e a forte possibilidade de acordo com a União Europeia”, acrescentou.

O recuo do dólar ante o real ocorre a despeito das dificuldades do governo Lula para negociar com os EUA, após o presidente Donald Trump anunciar a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, usando como uma das justificativas o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado -- uma questão jurídica, e não comercial.

No exterior, às 17h10, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- caía 0,26%, a 97,210.

À tarde, o Banco Central informou que o Brasil registrou fluxo cambial total negativo de US$1,003 bilhão em julho até o dia 18, com saídas líquidas de US$6,334 bilhões pela via financeira e entradas de US$5,331 bilhões pelo canal comercial.

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