Por Marcelo Teixeira
NOVA YORK (Reuters) - O Sul de Minas Gerais perdeu 19% de seu potencial de colheita de café para a próxima temporada depois que uma onda de geadas em junho e julho atingiu a área produtora mais importante do maior exportador mundial da commodity, disse nesta quarta-feira a trading do setor Comexim.
"A geada atingiu com força e danos consideráveis foram feitos", disse a trading, enquanto o mercado global de café continua avaliando a situação no Brasil em meio a opiniões contrastantes sobre o quão ruim será a safra de 2022.
A nova projeção da Comexim é uma atualização ante a visão anterior da exportadora, que estimava dano potencial de 12,5% à safra do sul de Minas.
A companhia também vê perdas potenciais de 13% para a safra cafeeira de São Paulo, segundo maior produtor de café arábica do Brasil, de 13% para a área do Cerrado Mineiro, e de 11% para o Paraná, um produtor menor do grão.
A safra de 2022 do Brasil seria um ano positivo no ciclo de produção bienal do arábica, que alterna anos de maior e menor colheita.
A temporada atual foi um duro ano do ciclo negativo, já que a pior seca dos últimos 90 anos no país tornou a produção ainda menor do que o normal.
A Comexim acredita que os preços de referência do café arábica em Nova York ainda não refletiram adequadamente os danos causados no Brasil.
"Os ventos calmos do mercado, que negociou na faixa relativamente estreita entre 171-182 centavos de dólar por libra-peso na semana passada, nos faz imaginar o que está acontecendo, porque os danos da geada apontaram para um mercado altista que ainda não se tornou realidade", disse a trading.