SÃO PAULO (Reuters) - As tarifas de energia elétrica no Brasil deverão ter em 2017 uma redução de 1,56 por cento se considerado o efeito médio dos reajustes e revisões de tarifas previstos para este ano, disse à Reuters a consultoria TR Soluções.
Apesar de o efeito médio apontar para uma quase estabilidade nas tarifas em relação ao ano passado, há distribuidoras que poderão ter alta de até 20 por cento, enquanto outras devem ter uma redução de quase 15 por cento.
A tendência, de acordo com a TR Soluções, que é especializada em cálculos tarifários, é que predominem reduções tarifárias nas distribuidoras que passam por reajuste ou revisão no primeiro semestre e elevação para aquelas que terão a mudança nas contas na segunda metade do ano.
Na projeção da consultoria, as tarifas de Ampla (RJ), CPFL (SA:CPFE3) Paulista (SP) e Energisa (SA:ENGI4) Mato Grosso deverão ter as maiores reduções, de quase 15 por cento, enquanto Eletrobras (SA:ELET3) Alagoas, Eletrobras Piauí e CEEE (RS) devem apresentar os maiores reajustes para cima, de mais de 15 por cento.
Para a Light (SA:LIGT3), a previsão é de alta de cerca de 10 por cento nas tarifas, enquanto a Cemig (SA:CMIG4) deve ter redução de 12 por cento e a Eletropaulo uma queda de cerca de 2 por cento.
INDENIZAÇÕES
A projeção leva em conta a perspectiva de que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) deverá considerar em todos os reajustes uma alta nos custos de transmissão para viabilizar o pagamento de uma indenização bilionária devida pela União às transmissoras de eletricidade após estas renovarem seus contratos de concessão por receitas menores no final de 2012.
Esses pagamentos às transmissoras terão início no segundo semestre, mas a Aneel sinalizou que já deverá considerar o custo das indenizações nos reajustes que acontecem no primeiro semestre, de forma excepcional.
Se não houvesse essa antecipação, disse a consultoria, o efeito médio dos reajustes de 2017 seria de redução de 4,8 por cento.
Por outro lado, antecipar esses custos deverá fazer com que as tarifas subam em média 9,24 por cento em 2018, contra 15,86 por cento de aumento no próximo ano sem essa medida.
"A antecipação proposta pela Aneel poderá evitar que a sociedade pague, em dois anos, até 4,56 bilhões de reais de custos financeiros relacionados às tarifas", disse a TR Soluções.
A diferença acontece porque as regras tarifárias definem que valores não repassados às tarifas em um ano devem entrar nos reajustes do exercício seguinte com correção pela taxa Selic.
(Por Luciano Costa)