HOUSTON (Reuters) - A Exxon Mobil (NYSE:XOM) disse nesta terça-feira que irá recuar de planos para acelerar investimentos em "shale", gás natural liquefeito (GNL) e produção de petróleo em águas profundas, ao anunciar um corte de 30% dos aportes previstos para este ano por impactos do coronavírus sobre a demanda por energia e os preços do petróleo.
Petroleiras têm revisto os planos de investimento e de aumento de produção em média em 20% à medida que países têm limitado viagens aéreas, exigido o fechamento de empresas e pedido que pessoas fiquem em casa para conter a disseminação do vírus.
Os preços do petróleo já cerca de 50% neste ano e a demanda por combustíveis tem recuado acentuadamente.
"Nós nunca vimos nada como isso que estamos experimentando hoje", disse o presidente da Exxon, Darren Woods, em uma teleconferência com a imprensa nesta terça-feira.
A maior produtora de petróleo dos Estados Unidos, que no mês passado prometeu "significativos" cortes de investimentos, definiu os aportes para 2020 em 23 bilhões de dólares, acrescentando que o valor pode cair mais se necessário.
A Exxon antes previa investir até 33 bilhões de dólares neste ano, após desembolsos de 26 bilhões de dólares no ano passado.
A companhia espera retomar o patamar de entre 30 bilhões e 35 bilhões de dólares nos próximos anos, mas em 2021 pode haver uma redução também, disse Woods.
A redução dos investimentos será mais rápida em "shale" nos EUA, onde a companhia desembolsou 6 bilhões de dólares em 2017 para arrendamentos de perfuração na Bacia de Permian e onde já opera 58 plataformas de perfuração.
O corte de 30% da Exxon é maior que o de rivais como BP, Chevron, Shell e Saudi Aramco (SE:2222), que fizeram reduções de entre 20% e 25%.
(Por Jennifer Hiller em Houston e Arathy S Nair em Bangalore)