(Reuters) - A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) está em negociações preliminares com a farmacêutica japonesa Takeda (NYSE:TAK)sobre possíveis encomendas de sua vacina contra a dengue, disse o diretor da organização nesta quinta-feira, embora a instituição ainda não tenha decidido se recomendará o imunizante.
"Os dados são realmente muito impressionantes", disse o diretor da Opas, Jarbas Barbosa, em entrevista coletiva, citando um estudo que revelou que a vacina QDENGA, desenvolvida recentemente pela Takeda, preveniu 61% das infecções por dengue e 85% dos casos graves.
Agora aprovado por reguladores no Brasil, Indonésia e União Europeia, o imunizante segue o caminho da Dengvaxia, da Sanofi (EPA:SASY). No entanto, o uso de Dengvaxia foi reduzido consideravelmente depois que a Sanofi divulgou, em 2017, que a vacina aumentava o risco de dengue grave em crianças sem exposição anterior à dengue.
Embora a doença viral semelhante à gripe seja geralmente leve, algumas pessoas podem desenvolver complicações com risco de vida e não há antivirais ou tratamentos específicos. Estima-se que cerca de 20 mil a 25 mil pessoas, a maioria crianças, morram a cada ano devido ao vírus da dengue.
Barbosa disse que, embora um grupo estratégico da Organização Mundial da Saúde (OMS) provavelmente discuta a possibilidade de recomendar a vacina no segundo semestre deste ano, a Opas já iniciou negociações iniciais com a Takeda sobre o preço das doses.
Se países maiores, como Brasil, México e Colômbia, combinarem as compras por meio do fundo rotativo da Opas, isso reduziria os preços, disse ele.
Funcionários da Opas também alertaram que a desinformação sobre as vacinas, que aumentou durante a pandemia de coronavírus, afetou a aceitação de outras vacinas, como a da poliomielite e do sarampo.
A assessora de imunização da Opas, Margherita Ghiselli, disse que o Caribe, onde a pandemia atingiu sua infraestrutura de saúde, é especialmente vulnerável porque as pessoas estão cada vez mais relutantes em imunizar seus filhos e porque o turismo aumenta o risco de doenças importadas.
(Reportagem de Sarah Morland)