Após supostamente firmar alguns acordos em fevereiro, a Atlas Quantum voltou a negociar este mês novas resoluções com antigos investidores.
A companhia pretende saldar parte das dívidas através de negociações individuais realizadas com os clientes na plataforma interna “Novo Quantum”.
A informação foi confirmada pela própria empresa ao Cointelegraph Brasil na quarta-feira (17):
“Já está disponível a opção para o cliente fazer uma requisição de proposta que será analisada por nossa equipe. Quaisquer atualizações de status serão informadas por e-mail e poderão ser verificadas na própria plataforma.”
Propostas
A empresa garante que o cliente poderá recusar a proposta. No entanto, se aceito, os dados do processo serão enviados e analisados pela equipe responsável pelo trâmite.
Quando questionada sobre o planejamento financeiro adotado para avançar com os processos, a Atlas respondeu ressalta:
“Alguns critérios serão levados em conta: o saldo migrado em 2020, o saldo atual devido e as cotações do BTC nas datas de depósito e saque da plataforma. Assim como quaisquer aportes e saques em reais realizados no final de 2019.”
No momento de escrita desta matéria, o Bitcoin está cotado a R$ 321.144, um aumento de 4,96% nas últimas 24 horas.
Ressarcimento
Os primeiros acordos da Atlas Quantum com credores foram supostamente estabelecidos em fevereiro (26). Na época, apenas 17 clientes aceitaram os novos contratos da empresa.
O impasse é provocado pela valorização do Bitcoin nos últimos meses. Diversos investidores estão com seus BTC retidos pela plataforma desde o terceiro trimestre de 2019.
O cenário desfavorável aos clientes deve-se pelo reajuste que a plataforma fará para quitar as dívidas:
“Digamos que, em julho de 2019, o cliente sacou 1 BTC e a cotação da época era de R$ 40 mil. A Atlas irá abater este saque com o valor equivalente em BRL depositado, ou seja, o novo valor do acordo será de R$ 40 mil. Este valor será convertido em Bitcoin e transferido para a carteira indicada pelo investidor.”
Embora os primeiros acordos tenham seguido esse modelo de reajuste da cotação, não foi confirmado se a empresa adotará a mesma gestão nos próximos contratos.
Relembre o caso Em 2019, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) proibiu a Atlas Quantum de ofertar produtos de investimento coletivo.
Segundo a entidade reguladora, a plataforma de arbitragem automatizada não tinha permissão legal para tais negociações no país.
Os problemas financeiros da empresa começaram a surgir após a stop order da CVM. Nesse cenário, clientes da plataforma correram para sacar seus fundos.
Contudo, como se sabe atualmente, diversos investidores tiveram seus valores retidos na plataforma e até hoje aguardam ressarcimento.