A pandemia de Covid-19 levou a uma série de estímulos financeiros criados pelos bancos centrais. Apenas o Federal Reserve dos EUA (Fed) injetou mais de US$ 3 trilhões (R$ 15 trilhões) desde o início da crise.
No entanto, um banco central resolveu fazer esse estímulo de forma inovadora. Trata-se da Autoridade Monetária da Arábia Saudita (SAMA, na sigla em inglês). A SAMA resolveu injetar parte dessa liquidez utilizando a tecnologia blockchain.
De acordo com o site do banco, foram injetados 50 bilhões de riais sauditas (R$ 65 bilhões) em liquidez nos bancos do país. O SAMA revelou que parte desse valor foi injetado por meio da tecnologia blockchain.
Detalhes desconhecidos
“A Autoridade Monetária da Arábia Saudita (SAMA) recentemente usou a tecnologia blockchain para depositar parte da liquidez que havia anunciado anteriormente. Essa liquidez será ser injetada no setor bancário como parte das ações da SAMA que visam aprimorar as capacidades do setor para continuar seu papel no fornecimento de crédito”, afirmou o banco.
Entretanto, não foram revelados os valores injetados via blockchain, tampouco qual tecnologia foi utilizada no processo. Sabe-se apenas que houve uma cooperação com a Autoridade do Mercado de Capitais, a introdução do sandbox regulatório do SAMA e uma variedade de serviços e pagamentos bancários digitais.
Vantagens e parcerias
Utilizar uma blockchain para injetar dinheiro na economia pode ter algumas vantagens. O mecanismo pode trazer maior transparência a respeito de para onde o dinheiro está indo. Além disso, as transações são mais fáceis de ser auditadas, dependendo do grau de transparência da rede.
Esta não é a primeira vez que o banco saudita experimenta a tecnologia blockchain. Em 2018, o SAMA e o banco central dos Emirados Árabes Unidos criaram uma criptomoeda em conjunto. O objetivo é ajudar os bancos nos dois países a realizar remessas via blockchain.
No mesmo ano, a SAMA fez uma parceria com a Ripple para ajudar os bancos locais a melhorar sua infraestrutura de pagamento via RippleNet.