Por Samuel Indyk
Investing.com – O Bitcoin chegou a ser negociado abaixo dos US$ 47.000 na manhã desta quarta-feira (29), antes de se recuperar parcialmente e minimizar as perdas do dia durante a tarde, o que não impede de o valor das criptomoedas encerrar o ano em lamúria. A maior criptomoeda do mundo em valor de mercado continua cerca de 30% abaixo da sua máxima histórica de novembro, embora ainda apresente alta de cerca de 65%, no ano. A criptomoeda registra um recuo em torno de 16,5% em dezembro e segue para seu pior mês desde maio, quando caiu mais de 35%.
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As outras principais criptomoedas demonstravam uma dinâmica de preços semelhante, com o Ethereum caindo cerca de 1,95% nas últimas 24 horas, negociada um pouco acima de US$ 3.750. Criptomoedas ligadas a Finanças Descentralizadas (DeFis) também apresentavam recuos, com a Solana e a Cardano caindo mais de 3% nas últimas 24 horas.
Não houve um catalisador único para o declínio das criptomoedas, mas permanece o foco sobre a iminente retirada dos estímulos dos bancos centrais que ajudaram a elevar os preços das criptomoedas nos últimos 12 meses.
O Federal Reserve acelerou o ritmo da redução de suas compras de ativos, enquanto o BCE anunciou que o seu programa de compra de emergência da pandemia irá terminar no próximo ano. O Banco da Inglaterra surpreendeu em parte os mercados no início deste mês, quando votou por aumentar a taxa de juros pela primeira vez desde agosto de 2018.
A natureza altamente especulativa do Bitcoin e de outras criptomoedas significa que, à medida que os bancos centrais removerem o estímulo, os ativos digitais podem ser ignorados pelos investidores em favor de ativos historicamente mais estáveis e seguros.
Análise técnica
No recuo recente, o Bitcoin caiu abaixo da média móvel de 21 dias, ao redor dos US$ 48.500, e novamente abaixo da média móvel de 200 dias, próxima a US$ 47.750.
A média móvel de 50 dias também cruzou para abaixo da média móvel de 100 dias. Quando uma média móvel de curto prazo cruza para abaixo de uma média móvel de longo prazo, o movimento é conhecido como "cruz de morte", sendo geralmente um sinal de tendência de baixa. No entanto, as médias móveis utilizadas com mais frequência para sinalizar uma "cruz da morte" são a média móvel de 50 dias e a média móvel de 200 dias.
Em contrapartida, o suporte é visto em torno dos US$ 45.500, que foi a mínima de meados de dezembro. Abaixo desse nível, a baixa de flash crash de 4 de dezembro, perto dos US$ 42.600, também poderia funcionar como um suporte.
Na ponta superior, as médias móveis de 200 e 21 dias (citadas acima) podem atuar agora como resistência.