Recentemente, o dólar tem apresentado uma queda forte no mundo inteiro. O movimento foi sentido em peso no Brasil, mas revela uma fraqueza mundial da moeda norte-americana.
Segundo o banco Morgan Stanley (NYSE:MS) (SA:JPMC34), esse pode ser apenas o início. O banco prevê que a moeda cairá ainda mais em 2021, podendo chegar a 10% de desvalorização nos próximos 12 meses.
Para Mark Wilson, diretor de investimentos e estrategista-chefe de ações do Morgan Stanley, a queda do dólar será positiva para a economia. Em uma entrevista à Bloomberg, ele disse:
“Um dólar mais fraco é útil para o mundo. Um dólar mais forte é mais uma restrição ao crescimento global. […] Em última análise, é uma história positiva para a reflação.”
Fed pode reforçar políticas agressivas
Segundo Wilson, o Federal Reserve (Fed) tem sido bastante agressivo na distribuição de estímulos. Apenas em 2020, o banco imprimiu a impressionante quantia de US$ 3 trilhões.
A título de comparação, o valor corresponde a cerca de R$ 15 trilhões. Em apenas um ano, o Fed imprimiu um valor correspondente a quase o dobro do PIB do Brasil em 2019 (cerca de R$ 7,3 trilhões).
Nos últimos dias, o Congresso dos Estados Unidos tem discutido a criação de um novo pacote de estímulos. Caso seja aprovado, ele pode injetar até US$ 1 trilhão a mais na economia, cerca de R$ 5 trilhões na cotação atual.
E para completar, o presidente eleito Joe Biden nomeou Janet Yellen como futura Secretária do Tesouro. O cargo é o equivalente ao Ministro da Economia do país.
Presidente do Fed entre 2014 e 2018, Yellen é defensora de mais gastos e pacotes de estímulos, além de ser uma crítica do Bitcoin.
Bitcoin pode se beneficiar
Com a impressão de mais dólares, não é de surpreender que os investidores estejam receosos. E o Bitcoin pode ser o grande beneficiário disso.
Os investidores já estão se dando conta disso. Aos poucos eles começam a buscar por ativos que podem servir como proteção. E é aí que o Bitcoin se destaca.
“Estamos tentando preservar nosso tesouro. O poder de compra do dinheiro está se degradando rapidamente”, disse o executivo-chefe da MicroStrategy, Michael Saylor.
A MicroStrategy investiu praticamente todo o seu caixa em Bitcoin. Ela tornou-se a primeira grande empresa a seguir esta estratégia.
O próprio Michael Saylor já admitiu possuir cerca de R$ 1,3 bilhão de sua fortuna em Bitcoin.
“Ele é uma reserva melhor do que o ouro”, disse.