Investing.com - O bitcoin acompanhou a queda da maioria das classes de ativos na terça-feira, 13, após o anúncio do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos EUA, que superou as expectativas. Esse resultado elevou as projeções de manutenção das taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) e diminuiu as chances de cortes no curto prazo.
De acordo com o Monitor de Juros do Fed, fornecido pelo Investing.com, a expectativa de redução de juros na reunião de março do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, órgão responsável pela política monetária americana) é quase nula, e inferior a 50% para a reunião subsequente em maio.
Essa perspectiva acabou provocando a valorização do dólar e a queda nos mercados acionários dos EUA, com o índice Nasdaq recuando 1,8% e o Dow Jones sofrendo sua maior queda desde março.
No entanto, o BTC/USD recuou apenas 0,8% nas últimas 24 horas, mantendo um avanço de 15,7% na semana. O motivo é que o bitcoin conta com outros fatores positivos que o blindam de uma queda maior. Entre eles, estão os ETFs de bitcoin à vista lançados nos EUA há pouco mais de um mês, que atraem fluxos volumosos de recursos.
Às 12h de Brasília, o bitcoin disparava 6,40%, cotado a US$ 52.864,00 por unidade no mercado à vista.
Analistas da AllianceBernstein afirmaram em uma nota que esses ETFs posicionam o bitcoin para seu próximo rali. Eles destacaram que o mercado já assimilou os novos produtos, mas ainda não precificou o nível de entrada de recursos ou o aperto na oferta que resultará do halving do bitcoin.
O halving é um evento técnico programado a cada quatro anos, que consiste em cortar pela metade a recompensa dos mineradores de bitcoins. Isso diminui o ritmo de crescimento da oferta, o que pressiona o preço para cima. Esse fenômeno foi observado em todos os halvings anteriores.
O próximo halving ocorrerá em abril. Nos dois anos antes e depois do primeiro halving, em 2012, o preço do bitcoin subiu cerca de 30.000%, segundo o Sr. Rhodes, da AllianceBernstein. Em 2016, a alta foi de quase 800% nesse período. Para o último halving, em 2020, os investidores tiveram um ganho de 700%.
Com o bitcoin agora mais acessível graças aos ETFs, a expectativa é que o próximo halving também impulsione o bitcoin para um novo patamar e novos recordes históricos.
Do ponto de vista gráfico, o bitcoin enfrenta uma resistência importante na zona dos US$ 50.000, testada na segunda e na terça-feira. Na baixa, os primeiros suportes potenciais estão em US$ 49.000 e US$ 48.000.