CriptoFácil - A empresa de empréstimo de criptomoedas BlockFi, que está em processo de recuperação judicial, vai vender US$ 160 milhões (cerca de R$ 830 milhões) em empréstimos garantidos por cerca de 68.000 máquinas de mineração de Bitcoin (BTC).
De acordo com uma reportagem da Bloomberg, publicada na segunda-feira (23), o processo de licitação para venda dos empréstimos teve início ainda no ano passado. No entanto, fontes disseram à reportagem que alguns dos empréstimos podem ter garantia insuficiente devido à queda nos preços dos equipamentos.
O preço das plataformas de mineração caiu mais de 80% ao longo de 2022, sobretudo devido ao declínio nos preços do Bitcoin e ao aumento nos custos de energia. Como consequência, isso também impactou a receita dos mineradores de BTC.
Ainda segundo a Bloomberg, o prazo para os licitantes apresentarem ofertas de empréstimo à empresa termina já nesta terça-feira (24).
BlockFi em recuperação judicial
A BlockFi tinha uma significativa atuação no setor de mineração, embora a atividade representasse apenas uma minoria dos negócios da empresa. O foco da empresa era mesmo empréstimos de ativos digitais.
Conforme noticiou o CriptoFácil, a companhia entrou com pedido de recuperação judicial do Capítulo 11 em novembro do ano passado, logo após a FTX. Como razão para a crise, a BlockFi citou sua exposição significativa à agora extinta exchange de criptomoedas FTX.
Em uma nota à imprensa, a BlockFi afirmou que o pedido de recuperação judicial estava no contexto de uma “reestruturação”. Desse modo, a empresa afirmou que continuaria operando em meio ao processo de reestruturação.
FTX e a BlockFi tinham um relacionamento bastante próximo. Em junho de 2022, por exemplo, a BlockFi passou por uma crise financeira, recebendo um “resgate” financeiro com uma linha de crédito de US$ 400 milhões, da FTX US.
Os esforços da BlockFi para liquidar seus empréstimos é provavelmente resultado de suas tentativas de pagar seus credores. A empresa tinha mais de 100.000 credores, de acordo com o seu pedido de proteção contra falência.
A BlockFi já vendeu US$ 239 milhões (R$1,2 bilhão) de seus próprios ativos em criptomoeda para cobrir as despesas do processo. Além disso, demitiu cerca de 70% de seus funcionários.
Além da BlockFi, várias empresas de criptomoedas, incluindo Celsius Network, Genesis e Voyager Digital, entraram com pedido de proteção contra falência no Capítulo 11. A crise generalizada entre as empresas de cripto teve como causa o colapso da exchange de ativos digitais FTX.
A corretora de Sam Bankman-Fried (SBF) – em prisão domiciliar- entrou com pedido de recuperação judicial em novembro passado. Estima-se que a empresa deva mais de US$ 10 bilhões e um milhão de credores.