O mercado de criptoativos já cresceu em volume no Brasil. Agora ele também cresce em número de investidores.
De acordo com o Valor Investe, o número de investidores em fundos de criptomoedas cresceu 11 vezes apenas em 2020.
Em dezembro de 2019, existiam cinco fundos atrelados a criptoativos. Juntos, os fundos somavam 1,3 mil cotistas e cerca de R$ 26 milhões em patrimônio líquido.
Já na última quinta-feira (3), os mesmos fundos já possuíam 14,3 mil cotistas e R$ 230 milhões em patrimônio. Uma alta de 11 vezes o número de cotistas e quase 10 vezes em patrimônio líquido.
Limitações para fundos de criptomoedas
Apesar do forte aumento, nem todo esse dinheiro está aplicado apenas em criptoativos. Isso porque a instrução 555/2014 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) traz limitações para os fundos.
A instrução impõe limites a quanto o investidor de varejo (pessoa física) pode ter de exposição a ativos no exterior. E, nesses casos, os criptoativos são classificados como ativos no exterior.
Por conta disso, a norma limita a aplicação de 20% renda variável e de 80% renda fixa. Existem fundos que podem ter exposições maiores a criptoativos.
Porém, eles são restritos para investidores qualificados – com mais de R$ 1 milhão em patrimônio.
Criptoativos ganham interesse no Brasil
A valorização expressiva dos criptoativos tem atraído a atenção de investidores. Para Glauco Bronz Cavalcanti, sócio fundador da BLP Asset Management, a alta foi o “primeiro holofote” neste mercado.
“Os preços sobem e começa a ter notícia sobre isso, começa a chamar atenção. O primeiro holofote para esse aumento do mercado foi a alta nos preços”, disse.
Opinião semelhante tem Theodoro Fleury, gestor da QR Asset Management. Para ele, os criptoativos também são uma forma de proteção cambial, pois seu preço é cotado em dólar.
“2020 tem sido positivo para o mercado de criptomoedas como um todo, além de o ativo oferecer uma proteção cambial. O dólar é um tempero a mais”, disse Fleury (SA:FLRY3).
De fato, os fundos de criptoativos tiveram valorização média de 85% no primeiro semestre de 2020. Tal valorização superou até mesmo a alta do Bitcoin no mesmo período.