CriptoFácil - O aumento das taxas e do congestionamento na rede Bitcoin tem afetado a Lightning Network, camada de pagamento que permite transações com BTC mais rápidas e de baixo custo. A carteira Muun e a exchange Boltz, que utilizam swaps para pagamentos por meio da Lightning Network, têm enfrentado problemas.
Em 7 de maio, a carteira Muun relatou problemas intermitentes ao receber pagamentos via Lightning devido às taxas de rede extremamente altas e voláteis. Enquanto isso, a Boltz suspendeu seu serviço em 8 de maio, afirmando que seu capital de giro estava bloqueado no mempool e as transações estavam falhando.
Ambas as plataformas utilizam swaps para pagamentos de Bitcoin via Lightning Network. Essa técnica permite que os usuários enviem ou recebam fundos usando canais de pagamento off-chain (fora da blockchain). No entanto, os contratos temporários usados nesses swaps têm um período de validade, como se fosse um QR Code gerado para pagar com Pix.
Bitcoin Ordinals afetam a Lightning
Portanto, se o contrato expirar, as partes devem pagar altas taxas de rede ou deixar os fundos inativos. Isso porque os nós da Lightning não possuem mecanismo padrão para aumentar as taxas.
O desenvolvedor do Bitcoin, Peter Todd, comentou que a incapacidade da Lightning Network de abrir canais de substituição de taxa (RBF) diretamente é uma falha de engenharia. Ele acredita que a implementação do RBF seria mais eficiente, pois ajudaria a evitar problemas com taxas e a necessidade de retransmissão de pacotes.
Enquanto o congestionamento na rede Bitcoin, causado pelos NFTs Bitcoin Ordinals, está causando problemas para a Lightning Network, os desenvolvedores estão buscando soluções.
Olaoluwa Osuntokun, um dos desenvolvedores de atomic swaps na Lightning, por exemplo, compartilhou um método para manter um nó ativo durante a tempestade de mempool atual, caso o provedor ou usuário use um nó LND. Entretanto, o procedimento exige várias etapas e um aumento nas taxas de comissão.
O congestionamento na rede Bitcoin e seu impacto na Lightning Network evidenciam a necessidade de melhorias e atualizações contínuas no ecossistema da maior criptomoeda do mercado. A blockchain do BTC ganhou nova vida com os Ordinals, mas depois de 14 anos ainda mantém os mesmos problemas já identificados em 2009.