CriptoFácil - O Digital Currency Group (DCG), holding que controla a Grayscale Investments e a Genesis, registrou uma perda de US$ 1,1 bilhão no ano passado. Na cotação atual, o valor representa cerca de R$ 5,5 bilhões.
De acordo com o DCG, houveram duas razões para o resultado fraco no ano passado. Em primeiro lugar vem a desvalorização das criptomoedas, que afetou os resultados da empresa. Além disso, a falência da Genesis no final do ano também afetou os lucros da empresa.
De fato, o DCG enfrentou graves problemas por causa da falência da Genesis, que pagava juros em cima de criptomoedas dos seus clientes. A empresa paralisou os saques e entrou com pedido de recuperação judicial no início desse ano.
Problemas antigos
Embora a falência da Genesis tenha ocorrido em 2023, seus problemas datavam ainda do ano passado, por causa do colapso da FTX. Conforme noticiou o CriptoFácil na ocasião, a falência da exchange de Sam Bankman-Fried causou uma forte contração de liquidez no mercado.
Nesse sentido, a Genesis precisou recorrer a um empréstimo de US$ 1 bilhão para lidar com problemas de liquidez. A empresa não conseguiu o valor e, como resultado, precisou entrar com pedido de recuperação judicial.
No relatório, o DCG apontou o fim do Genesis (um credor de criptomoedas sob seu guarda-chuva) e o declínio do Bitcoin (BTC) como os principais fatores por trás das perdas.
“Além do impacto negativo das quedas nos preços de [bitcoin] e criptoativos, os resultados do ano passado refletem o impacto da inadimplência do Three Arrows Capital (TAC) no Genesis”, disse a holding.
Problemas com subsidiárias
Vale ressaltar que a Genesis não foi a única subsidiária da DCG que teve alguns problemas. A plataforma de ativos digitais Luno, com sede em Londres, demitiu recentemente 35% de seus funcionários, citando “o ano incrivelmente difícil para a indústria de tecnologia em geral e o mercado de criptomoedas”.
Por outro lado, os fundos da Grayscale também enfrentaram problemas, especialmente o fundo de Bitcoin (GBTC), cujas cotas desabaram no mercado. Os investidores especularam que a gestora não teria todos os mais de 600 mil BTC que dão lastro ao fundo – rumou que não foi confirmado.
No geral, o DCG terminou o quarto trimestre de 2022 com prejuízo de US$ 24 milhões, enquanto a receita foi de US$ 143 milhões. A receita consolidada para o ano inteiro atingiu US$ 719 milhões. Em dezembro de 2022, o DCG detinha ativos totais de US$ 5,3 bilhões, dos quais apenas US$ 262 milhões eram caixa e equivalentes de caixa.
A avaliação patrimonial da empresa atingiu US$ 2,2 bilhões, enquanto as ações fecharam o ano valendo quase US$ 28. “Essa avaliação é consistente com o declínio de 75% a 85% nos valores das ações do setor no mesmo período”, afirmou o relatório.
Ao contrário da perda monetária, o DCG reestruturou sua nota promissória de US$ 1,1 bilhão (com vencimento em 2032) e prometeu emitir um novo tipo de ações preferenciais resgatáveis e conversíveis.