Blockmarket - Bruno Aiub, mais conhecido como Monark, foi o responsável por fundar o Flow Podcast, a maior empresa de podcasts do Brasil, ao lado de Igor 3k. Marcado por polêmicas recentes, Monark deixou o Brasil em direção à Flórida, Estados Unidos, após ter novamente suas redes sociais bloqueadas e receber uma multa de R$ 300 mil (US$ 60 mil).
Monark utilizou o Bitcoin para deixar o país, à medida que as intimidações que o apresentador recebia por parte do governo e principalmente da Suprema Corte do Brasil aumentavam.
Jornada de Monark
Monark foi responsável por co-fundar o Flow Podcast, que foi abertamente inspirado no The Joe Rogan Experience, podcast de maior relevância em língua inglesa. O programa serviu como um local para debate aberto de ideias e rapidamente se tornou o podcast mais relevante do país.
Em um determinado episódio onde entrevistava dois parlamentares, Monark levou ao limite suas opiniões sobre liberdade de expressão irrestrita, e afirmou que seria favorável que até mesmo nazistas expressem suas opiniões e se organizem politicamente.
As falas renderam a saída de Monark do Flow, perda de patrocínios e manchetes internacionais em portais como o The New York Times. Na época do ocorrido, Monark, que possui origem árabe, foi acusado de ser anti-semita e o caso chegou a ser pauta de discução até mesmo em jornais de Israel.
Monark se justificou afirmando que estava bêbado e acabou se expressando mal na ocasião. No entanto, ele seguiu defendendo pautas relacionadas à liberdade de expressão, tendo recebido apoio de importantes nomes, como do jornalista Gleen Grenwald e da empresa de mídia Rumble, conhecida por suas pautas ligadas à liberdade de expressão.
Novo Podcast e a saída do Brasil
Monark seguiu carreira solo e fundou o podcast Monark Talks no Rumble, onde continuou a abordar temas polêmicos. Em especial, Monark destacou em diversas ocasiões suas dúvidas em relação à transparência do processo eleitoral no Brasil.
As falas de Monark lhe renderam censura obtida por meio de decisão judicial em praticamente todas as plataformas, incluindo no X (Twitter). A única plataforma que decidiu por algum tempo brigar judicialmente para manter o perfil do apresentador foi o Rumble, que possuía um contrato com Monark.
No entanto, a Rumble decidiu interromper o contrato com o apresentador, após receber uma nova intimação. Na mesma época, Monark recebeu uma multa de R$ 300 mil, que foi debitada diretamente da sua conta bancária.
Inicialmente, portais locais noticiaram que Monark havia deixado suas contas bancárias zeradas sugerindo que ele poderia ter alocado tudo em Bitcoin. No entanto, a apreensão do dinheiro foi feita por meio de um banco digital onde o apresentador possuía conta.
Monark afirmou na época:
“A galera achou que eu tinha sido muito inteligente e tirado toda minha grana de lá, porque não acharam nada no Bradesco (BVMF:BBDC4). Eu não tinha nada no Bradesco mesmo, eu tinha no Nubank (BVMF:ROXO34).”
Na ocasião, Monark já havia deixado claro que possuía bitcoin:
“Ele vai tirar todas as minhas contas, mas não vai conseguir tirar o meu bitcoin. Eu tenho uma camada de proteção.”
O apresentador já havia mencionado em programas com bitcoiners brasileiros que possuía conta em corretoras e que já possuía uma hardware wallet.
Deixando o Brasil
Dada toda a situação em que estava envolvido, Monark decidiu deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos. Em um vlog publicado enquanto já estava na Flórida, Monark expressou sua preocupação com a possibilidade de ser preso ou até mesmo morto devido às suas opiniões controversas. Ele mencionou que havia um receio real quanto às intenções de algumas autoridades brasileiras diante de seu questionamento de assuntos delicados.
Monark também refletiu sobre como seu caso poderia ser usado para intimidar outros comunicadores. Ele explicou que percebeu um padrão de perseguição que começou com o banimento de suas contas em redes sociais, seguido por multas, e temia que o próximo passo seria sua prisão. Para evitar essa escalada, ele decidiu mudar para os Estados Unidos e continuar sua operação de lá. Ele se viu como um exemplo usado para incutir medo em outros comunicadores.
“Eu me tornei o exemplo, entendeu? Para botar medo no resto. Tipo, ‘se a gente conseguir silenciar esse cara, a gente coloca medo no resto, porque ele é o mais corajoso’. Então isso que eu entendi, sou exemplo para os demais.”
Monark ainda mencionou a possibilidade de que as autoridades brasileiras pudessem ir além da censura, chegando a prender e torturar pessoas. Ele citou exemplos de autoritarismo no Brasil, incluindo um caso de tortura e um incidente trágico envolvendo um protesto contra um juiz da Suprema Corte.
Em entrevista a um portal brasileiro, Monark explicou que escolheu os Estados Unidos devido à segurança jurídica do país e à proteção dos direitos à liberdade de expressão garantidos pela constituição. Ele expressou seu desejo de estar em um lugar onde pudesse falar abertamente sem medo de represálias legais.
“Eu queria um local onde pudesse ter segurança jurídica e falar tudo o que quisesse sem ter medo.”
Bitcoin como ferramenta
Monark revelou que ele utiliza bitcoins, o que facilitou a transferência de seus recursos para os Estados Unidos de uma maneira simples e menos burocrática. Ele explicou que o Bitcoin foi muito útil para mover dinheiro para os EUA, pois permite comprar a criptomoeda em reais e retirá-la em dólares por meio de uma conta americana. Segundo ele, isso torna o processo de transferência internacional de dinheiro mais fácil e rápido, destacando a utilidade do Bitcoin nesse contexto.
O apresentador destacou a importância da criptomoeda, que separa o poder do dinheiro do estado:
“Quanto mais a gente der o controle para o estado do dinheiro, pior, né? Então eles querem acabar com o dinheiro físico porque o dinheiro físico é totalmente incontrolável? Você não consegue, você não sabe se eu peguei uma maleta de dinheiro, eu entreguei para alguém, entendeu?
Monark argumentou que os estados desejam acabar com transações invisíveis a eles para coordenar melhor a população. Ele se mostrou contrário às Moedas Digitais de Bancos Centrais (CBDCs) e esperava que tais iniciativas não prosperassem.
“os estados do mundo inteiro querem acabar com esse tipo de transação invisível para eles poderem controlar a população de uma forma mais eficiente, então eu sou totalmente contra as CBDCs e espero que nunca dê certo?”
De fato, devido às suas propriedades monetárias de resistência à censura, o Bitcoin proporciona liberdade financeira e de expressão. Estas características fornecem aos indivíduos uma conta poupança incensurável, que não existe dentro do sistema financeiro tradicional.