Com o rompimento de sua máxima histórica, o preço do Bitcoin (BTC) reforçou seus ganhos em 2021. O preço da criptomoeda já acumula alta de 112% no ano, conforme dados da plataforma TradingView.
Os ganhos são ainda mais expressivos em reais, embora a criptomoeda não tenha superado a máxima registrada em abril. Mesmo assim, o BTC acumula valorização de 132% frente ao real.
Tal valorização transformou o BTC no melhor investimento do ano, sobretudo quando comparado a ativos do mercado tradicional. E quando o assunto são ativos administrados por críticos do BTC, o desempenho é ainda mais contundente.
Por exemplo, enquanto a “bolha” quebra recordes, a gestora de fundos Versa vê seus fundos registrarem quedas fortes no ano. A Versa é comandada por Luiz Alves Jr, gestor conhecido por suas críticas ao BTC, mas cujos fundos registraram perdas desde o início do ano.
Fundos sequer superam CDI
A Versa possui cinco fundos ao todo: Versa, Fit, Charger, Tracker e Genesis. Os fundos se dividem entre multimercado (Versa, Fit e Tracker), ações (Carger e Genesis). Os três primeiros possuem como índice de referência (benchmark) o CDI, enquanto os dois últimos buscam superar o Ibovespa (IBOV).
Os fundos possuem gestão ativa, ou seja, não apenas acompanham os índices, mas operam no sentido de superá-los. Para isso utilizam instrumentos como alavancagem e posições vendidas à descoberto, além de derivativos financeiros.
No entanto, quase nenhum deles conseguiu superar seus benchmarks em 2021. Pelo contrário, os cinco fundos acumulam fortes perdas no ano. O “melhor” desempenho até o momento da escrita deste texto é do fundo Versa Charger BDR Nível I FIA, cujo retorno anual está negativo em 0,4%.
Cabe ressalta que apesar da queda, o fundo ainda conseguiu superar seu benchmark, já que o IBOV acumula queda de 6,9% no ano. Já no acumulado de outubro, a queda do Charger é oito vezes maior do que a do índice da B3 (SA:B3SA3).
Porém, o maior desempenho negativo ficou com o Versa Tracker FIM, fundo que tem o CDI como benchmark. Enquanto o CDI acumula alta de 2,8% em 2021, o Tracker registra expressiva queda de 34,2%, a maior entre os fundos da gestora.
A disparidade entre os desempenhos levou o Tracker a realizar uma espécie de “Bitcoin reverso”, acumulando um retorno negativo de expressivos 1.204% do CDI.
Faria Lima vs Laser Eyes
Ao que parece, os gestores estão tendo dificuldades para lidar com as turbulências inerentes do mercado brasileiro. O próprio Alves é um crítico costumaz do governo federal, sobretudo do presidente Jair Bolsonaro, e de suas recentes políticas econômicas.
Por outro lado, os adeptos dos laser eyes que investiram em BTC obtiveram retornos muito acima do esperado. Com uma estratégia passiva, baseada em compras frequentes, usuários anônimos com fotos de anime ou com laser tem obtido rentabilidades acima das de grandes gestores desde 2017.
O CriptoFácil entrou em contato com Luiz Alves a respeito do desempenho dos fundos, mas não obteve resposta até o momento. Esta matéria será atualizada caso haja retorno.