BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, fez nesta quarta-feira um alerta sobre o risco de ocorrência de bolha no mercado de moedas digitais, classificando-as como "pirâmide" e passíveis de serem usadas em crimes.
"Moedas virtuais do jeito que estão hoje com essa subida vertiginosa, onde não há lastro, não há ninguém para regular, levam a um risco tal que o Banco Central emitiu um comunicado alertando para os riscos", disse Goldfajn a jornalistas.
A principal moeda digital do mundo é o bitcoin, cujo preço subiu mais de 16 vezes este ano para mais de 17 mil dólares. Nesta quarta-feira, a moeda era negociada a 16.200 mil dólares, em queda de 2,5 por cento, na bolsa Bitstamp.
Neste mês, as maiores bolsas de derivativos do mundo, CBOE e CME lançaram contratos futuros baseados no bitcoin, o que fez alguns investidores acreditarem em aumento da volatilidade da moeda.
"É uma moeda que hoje tem duas funcionalidades: a primeira é comprar para vender para frente e se aproveitar da subida, se ocorrer. Uma típica bolha, uma típica pirâmide que em algum momento vai deixar de subir e vai voltar. Segundo: às vezes as moedas são usadas como instrumentos de atividades ilícitas", afirmou Ilan.
Em novembro, o BC divulgou comunicado ao público alertando que moedas digitais não têm garantia de qualquer autoridade monetária, "tampouco são lastreadas em ativo real de qualquer espécie, ficando todo o risco com os detentores". No comunicado, o BC acrescentou que não há regras no sistema financeiro do país regulando tais ativos e que a autoridade monetária "não regula nem supervisiona operações com moedas virtuais".
(Reportagem Bruno Federowski)