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Alimentos e educação pesam e alta do IPCA-15 permanece em máximas desde 2003

Publicado 23.02.2016, 09:45
© Reuters.  Alimentos e educação pesam e alta do IPCA-15 permanece em máximas desde 2003

Por Camila Moreira

SÃO PAULO (Reuters) - A alta dos preços de alimentos e de educação pesou com força e a prévia da inflação oficial no país acelerou mais que o esperado em fevereiro, permanecendo nos maiores patamares em mais de uma década e sem dar sinais de arrefecimento uma semana antes de o Banco Central começar a discutir o futuro da taxa básica de juros do país.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) teve alta de 1,42 por cento em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, após subir 0,92 por cento no primeiro mês deste ano.

No acumulado em 12 meses, a taxa chegou a 10,84 por cento, 0,10 ponto percentual a mais do que em janeiro e bem acima do teto da meta do governo --de 4,5 por cento pelo IPCA, com tolerância de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

O resultado mensal é o mais alto para o mês desde 2003 (2,19 por cento), enquanto o acumulado em 12 meses representa o nível mais elevado desde novembro de 2003 (12,69 por cento).

Ambos os resultados ficaram acima da mediana das expectativas em pesquisa da Reuters junto a economistas, de alta de 1,30 por cento no mês e de 10,71 por cento em 12 meses.

As maiores influências para o resultado de fevereiro foram exercidas por três grupos, que juntos foram responsáveis por 75 por cento do IPCA-15. Alimentação e Bebidas registrou alta de 1,92 por cento, enquanto os preços de Transportes subiram a 1,65 por cento em fevereiro.

Já a alta de Educação chegou a 5,91 por cento como reflexo dos ajustes vistos no início do ano letivo, com destaque para os aumentos das mensalidades dos cursos regulares, subiram 7,41 por cento segundo o IBGE e exerceram o maior impacto individual no IPCA-15 do mês.

Mesmo diante do persistente nível elevado da inflação e das perspectivas, o BC adotou recentemente um tom mais brando em relação à condução da política monetária, indicaram que deve manter a Selic no atual patamar de 14,25 por cento.

Na semana passada, a autoridade monetária lançou uma ofensiva para reforçar que não há espaço para afrouxamento, diante de especulações de que poderia cortar a Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC volta a se reunir na semana que vem.

A inflação brasileira deve encerrar 2016 acima do teto da meta pela segunda vez seguida. A pesquisa Focus do BC junto a economistas mostra que a expectativa é de que o IPCA feche o ano com alta de 7,62 por cento.

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