As bolsas da Europa fecharam na maioria em baixa nesta sexta-feira, 3, em um começo de ano que segue sem grandes novidades na região. As maiores pressões seguem vindo de Paris, com as ações do setor de luxo sofrendo importantes quedas, especialmente pelas preocupações com a economia da China. Por outro lado, as quedas foram limitadas, já que empresas ligadas à energia ganharam força nas primeiras sessões do ano, impulsionadas pela alta dos preços do petróleo e do gás.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,49%, a 508,17 pontos.
"Não é de surpreender que as últimas semanas tenham sido extremamente tranquilas em termos de divulgação de dados da zona euro. A única notícia após o que cobrimos no nosso último semanário de 2024 veio ontem, com a publicação do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial final de dezembro e dos dados de crédito de novembro", aponta a Oxford Economics.
A consultoria indica que o PMI mostrou que o setor industrial terminou o ano em profunda contração. "Geralmente, o PMI da indústria transformadora exagerou a queda na atividade industrial ao longo dos últimos dois anos, mas a direção da viagem ainda é negativa", afirma.
Observando indicadores futuros, o Commerzbank projeta que a inflação na zona do euro deverá ter subido para 2,5% em dezembro. O aumento face a novembro se deve principalmente aos preços da energia, que flutuam mais fortemente do que os de outros bens. Ainda assim, o banco acredita ser provável que a inflação diminua globalmente no primeiro semestre de 2024. "A fraqueza contínua da economia da área do euro apoia esta opinião. Assim, continuamos a esperar que o Banco Central Europeu (BCE) reduza as taxas de juro quatro vezes, num total de 100 pontos base, até meados do ano", conclui.
Entre os setores, o destaque foram as queda do setor de luxo em Paris, com Louis Vuitton recuando 3,87%, Hermes caindo 3,13% e Kering (EPA:PRTP) tombando 5,17%. A China fez novas sinalizações de estímulos para a economia local, mas ainda persiste o ceticismo sobre a capacidade de o governo contornar problemas estruturais para impulsionar a atividade. Neste cenário, o CAC 40 recuou 1,51%, a 7.282,22 pontos, seguindo a tendência de 2024 do índice parisiense operar mais pressionado que os pares.
Em Frankfurt, o DAX caiu 0,58%, a 19.909,12 pontos. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,44%, a 8.223,98 pontos. Em Milão, o FTSE MIB teve queda de 0,72%, a 34.127,62 pontos. Em Madri, o Ibex35 cedeu 0,18%, a 11.655,30 pontos. A exceção foi Lisboa, onde o PSI 20 subiu 0,51%, a 6.444,69 pontos.