Brasil abre 137.303 vagas formais de trabalho em janeiro, bem mais do que o esperado

Publicado 26.02.2025, 10:33
Atualizado 26.02.2025, 13:01
© Reuters. Jovens olham anúncios de vagas de emprego no centro de São Paulon24/04/2019nREUTERS/Amanda Perobelli

BRASÍLIA (Reuters) -O Brasil abriu 137.303 vagas formais de trabalho em janeiro, quase três vezes mais do que o esperado pelo mercado, após um dezembro de fechamento recorde de postos, mostraram dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O resultado do mês passado foi fruto de 2.271.611 admissões e 2.134.308 desligamentos e ficou muito acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters de criação líquida de 48.000 vagas.

Na segunda-feira, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, já havia antecipado que o dado superaria os 100 mil postos.

O saldo de janeiro foi menor do que o registrado no mesmo mês de 2024, que teve abertura de 180.395 vagas. Já em janeiro de 2023, foram criados 83.297 postos de trabalho, segundo dados sem os ajustes com informações prestadas com atraso pelas empresas.

O resultado de janeiro mostra uma recuperação em relação aos dados registrados em dezembro de 2024, quando houve fechamento de 535.547 vagas, o pior mês para a nova série histórica do Caged, com início em 2020, e também pior do que a expectativa do mercado de encerramento de 402.500 vagas.

O resultado de janeiro vem em meio a um ciclo de aperto monetário iniciado em setembro pelo Banco Central e que já levou a taxa básica de juros a 13,25%, com a indicação de nova alta de 1 ponto percentual em março.

Dados econômicos recentes, entre os quais o indicador de atividade do BC para a atividade em dezembro, indicaram uma desaceleração da economia no final de 2024, mas o presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, vem adotando cautela com os números, reforçando que o BC precisa de tempo para avaliar se há uma tendência de esfriamento de fato, ou apenas movimentos voláteis.

Dos cinco grupamentos de atividades econômicas, quatro registraram saldos positivos de vagas em janeiro, segundo o Caged. A indústria liderou a abertura de vagas, com 70.428 postos, seguido pelo setor de serviços, com 45.165 vagas.

O setor de agropecuária criou 35.754 vagas. Já o setor de comércio foi o único que registrou saldo negativo, com fechamento de 52.417 vagas.

SAQUE-ANIVERSÁRIO DO FGTS

Em entrevista à imprensa para comentar os dados do Caged, Marinho disse que o governo publicará na sexta-feira medida provisória liberando o saque do saldo remanescente nas contas do Fundo Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) aos trabalhadores que aderiram anteriormente ao saque-aniversário.

No total, segundo o ministério, serão disponibilizados R$12 bilhões, beneficiando 12,1 milhões de trabalhadores demitidos entre janeiro de 2020 até a data da publicação.

Os recursos serão creditados nas contas dos trabalhadores até o valor de R$3 mil em uma primeira etapa. Para quem tem valores a receber acima desse limite, o pagamento restante será feito em até 110 dias após a publicação, segundo o ministério.

Questionado se a elaboração da MP representa um recuo do governo em relação à ideia de acabar com o saque-aniversário, que foi instituído no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Marinho disse que seguirá "militando" contra a modalidade, mas reconheceu que há resistência ao seu fim no Congresso Nacional.

"Então eu não vou ficar insistindo em uma coisa que não tem chance de prosperar", disse. "Não vamos criar um constrangimento com o Parlamento. Se está dado, vamos para frente. Quem sabe no futuro se rediscuta isso."

Ele destacou ainda que a medida de liberar os saldos não tem nenhuma relação com a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Marinho afirmou ainda que o governo publicará outra medida provisória voltada para crédito consignado para trabalhadores do setor privado na semana após o feriado de Carnaval.

O ministro reconheceu a possibilidade de elaboração de novas medidas de impulso à economia, mas disse que a análise delas não é de responsabilidade da sua pasta.

(Por Victor Borges; edição de Isabel Versiani)

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