XANGAI/CINGAPURA (Reuters) - O banco central da China cortou o custo de empréstimos de médio prazo pela primeira vez em 10 meses nesta quinta-feira, em linha com as expectativas, enquanto Pequim intensifica as medidas de estímulo para sustentar uma recuperação econômica instável.
A medida ocorre poucos dias depois de o banco central reduzir duas taxas básicas de juros de curto prazo, um sinal de que as autoridades estão cada vez mais preocupadas com a fragilidade da economia, apesar do fim de duras medidas contra a Covid em dezembro.
Os cortes também podem abrir caminho para reduções nas taxas de juros de referência da China quando elas forem definidas na próxima terça-feira. Dados desta semana mostraram uma forte desaceleração no crescimento do crédito em maio.
Outros números divulgados nesta quinta-feira mostraram que a economia da China tropeçou em maio com o crescimento da produção industrial e das vendas no varejo abaixo do esperado, aumentando as expectativas de que Pequim precisará fazer mais para sustentar uma recuperação pós-pandemia instável.
O Banco do Povo da China informou que baixou a taxa sobre 237 bilhões de iuanes (33,1 bilhões de dólares) em empréstimos de médio prazo de um ano (MLF) para algumas instituições financeiras em 10 pontos base, para 2,65%.
Em uma pesquisa da Reuters com 33 observadores do mercado realizada esta semana, todos os entrevistados previram um corte na taxa MLF, com 94% deles esperando redução de 10 pontos-base.
"As expectativas de estímulo aumentaram e o mercado quer ver mudanças nas políticas fiscais e de crédito a seguir", disseram analistas do BNP Paribas (EPA:BNPP), acrescentando que o afrouxamento da política monetária pode ser esperada devido à desaceleração das exportações, ao setor imobiliário em dificuldades e às finanças instáveis do governo local.
(Reportagem de Li Gu in Xangai e Tom Westbrook em Cingapura)