Investing.com – A China divulgará, na noite desta quinta-feira, 17 de outubro, dados que podem reforçar ou mitigar a cautela dos investidores sobre uma perda de fôlego na sua atividade econômica. Nas últimas semanas, após anúncios de uma série de medidas para impulsionar a economia, o receio é de que os estímulos possam não ser o suficiente para alavancar um setor imobiliário em crise.
O gigante asiático apresenta dados do Produto Interno Bruto (PIB), com a expectativa consensual de que a economia chinesa tenha crescido 1% no terceiro trimestre do ano, contra 0,7% no trimestre anterior. Na leitura anual, a tendência é de desaceleração de 4,7% para 4,6%.
Para a produção industrial, a expectativa é de uma variação anual de 4,6% em setembro, pouco maior do que a leitura anterior de 4,5%. As vendas no varejo, também na comparação anual, tendem a acelerar de 2,1% em agosto para 2,5% em setembro. Enquanto isso, a taxa de desemprego no mês de setembro deve ter mantido o nível anterior de 5,3%.
Confira a atualização dos dados no Calendário Econômico do Investing.com.
Os investidores ainda aguardam detalhamento de medidas anunciadas e possíveis novos anúncios para a economia chinesa, com economistas argumentando que outras estratégias teriam resultados mais eficazes. O grupo suíço Julius Baer entende que medidas fiscais precisam ser mais robustas para alavancar a economia do país.
“Para reduzir as pressões deflacionárias e estabilizar a economia em uma base sustentável, os desequilíbrios na economia chinesa precisam ser abordados, o que requer medidas que vão além de um estímulo de curto prazo e também incluem reformas estruturais”, diz Sophie Altermatt, economista do Julius Baer, em nota ao mercado.
A economista avalia que é necessário direcionar mais apoio direto para as famílias, para que seja possível solucionar a menor demanda e elevar a propensão a gastar.
“Declarações recentes do Ministério das Finanças da China sugerem que os formuladores de políticas estão focados principalmente em mitigar os riscos na economia em vez de impulsionar o crescimento”, lamenta.
Em repercussão aos anúncios da semana passada, o Bank of America (NYSE:BAC) (BofA) disse em relatório que “o estímulo pode estabilizar os preços dos ativos no curto prazo, mas as reformas estruturais são essenciais”. Para os economistas Helen Qiao e Claudio Irigoyen, são necessários incentivos a nível micro.
“Para as famílias e as empresas privadas, as preocupações com a segurança no emprego, a estabilidade dos rendimentos, a previsibilidade do retorno e a proteção dos direitos de propriedade aumentaram notavelmente”, apontaram os economistas do BofA no documento.
A expectativa é de que novas ações possam ser apresentadas com medidas anticíclicas adicionais, o que pode ocorrer na próxima reunião do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo, marcado para o final de outubro.